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Grécia dissolve parlamento para realizar eleições em janeiro

A bolsa de Atenas fechou nesta quarta-feira com alta de 1,23%.

Agência France-Presse
postado em 31/12/2014 16:42
O parlamento grego foi dissolvido nesta quarta-feira, convocando as decisivas eleições legislativas de 25 de janeiro, que suscitam a aprensão dos vizinhos da zona do euro.

Em ritmo de campanha eleitoral, houve troca de declarações entre o partido conservador Nova Democracia, no poder desde junho de 2012 com os socialistas, e o partido de esquerda radical Syriza, que lidera as pesquisas.

Yannis Milios, responsável pela política econômica do Syriza, gerou dúvidas sobre o comprommisso do partido de reembolsar os 240 bilhões de euros de empréstimos acordados desde 2010 pela UE e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), para evitar a quebra do país.

Questionado, Milios declarou: "o que podemos dizer é que é possível que a gente não pague".

"Diremos que o programa não é viável", completou Milios para a Antenna TV, referindo-se ao programa de austeridade e reformas assinado pela Grécia em troca de planos de resgate internacionais.

Pouco depois, seu companheiro de partido Yannis Tolios voltou à questão: "Isso faz parte dos compromissos do nosso partido. Podemos decidir deixar de pagar os juros e os vencimentos da dívida".

Pouco depois, o primeiro-ministro Antonis Samaras, líder do Nova Democracia, acusou o partido de esquerda radical de "querer levar o país à moratória e à quebra".

O tempo corre
Alexis Tsipras, líder do Syriza, nunca fez essas ameaças nos últimos meses, e aposta na capacidade de seu partido de convencer a UE e o FMI de que devem abrandar suas exigências e que elas devem ser compatíveis com a enorme dívida pública do país, que ultrapassa 175% do PIB.

Vários membros do partido enviaram mensagens tranquilizadoras, afirmando que um governo dirigido pelo Syriza não tomará "decisões unilaterais".

Muitos investidores e credores internacionais estão inquietos pelas decisões tomadas por um eventual governo de Tsipras. Começando pelo FMI, que suspendeu as negociações sobre o pagamento de uma nova parcela da ajuda até que seja formado um novo governo.

A bolsa de Atenas, em queda desde que se decidiu pela antecipação das eleições, fechou nesta quarta-feira com alta de 1,23%.

Há vários meses, as pesquisas dão uma vantagem de três a seis pontos para o Syriza. Nesta quarta-feira, uma pesquisa de opinião da Skai lhe dava 29,5% de intenção de voto, e 25% ao Nova Democracia.

Se for vitorioso, o Syriza precisará formar maioria, a fim de tornar seu governo viável. Para isso, deu início a negociações com o pequeno partido de centro-esquerda, Dimar, apesar do ceticismo de analista sobre o sucesso da aproximação antes das eleições.

Independente de quem vença, o ganhador terá o tempo contado. A extensão por dois meses da ajuda europeia à Grécia expira no final de fevereiro, fazendo com que o novo governo tenha que negociar a saída do plano de resgate.

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