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Kim Jong-Un diz estar aberto a negociações 'no mais alto nível' com Seul

"Não há nenhuma razão para não manter negociações no mais alto nível", disse

Agência France-Presse
postado em 01/01/2015 13:40


O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, mostrou-se disposto a melhorar as relações com Seul, afirmando nesta quinta-feira que está aberto a realizar negociações no mais alto nível com a Coreia do Sul, num momento de duras críticas a Pyongyang por parte da comunidade internacional. "Devemos escrever um novo capítulo na história das relações Norte-Sul", propôs Kim durante a tradicional mensagem de Ano Novo, transmitida ao vivo pela televisão estatal, segundo a agência de notícias Yonhap.

[SAIBAMAIS]"Não há nenhuma razão para não manter negociações no mais alto nível", disse, pedindo uma grande mudança nas tensas relações entre as duas Coreias, que seguem tecnicamente em guerra após o conflito entre 1950 e 1953. "Em função do humor e das circunstâncias que ainda precisam ser criadas, não temos motivos para não manter discussões no mais alto nível", insistiu Kim Jong-Un, pedindo uma melhoria das relações entre os dois Estados rivais.

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Segundo os meios de comunicação sul-coreanos, trata-se de uma oferta de encontro com a presidente Park Geun-Hye, oito anos após a última cúpula intercoreana, realizada em 2007. O então presidente sul-coreano, Roh Moo-Hyun, se reuniu em Pyongyang com o líder máximo norte-coreano, Kim Jong-Il, substituído por seu filho Kim Jong-Un após sua morte, em 2011.

A declaração desta quinta-feira ocorre poucos dias após a proposta de Ryoo Kihl-Jae, ministro da Unificação sul-coreano, de manter negociações de alto nível com a Coreia do Norte em janeiro. "Estamos dispostos a discutir todos os assuntos de interesse recíproco", havia declarado Ryoo durante uma coletiva de imprensa. Também disse que estava a disposição para se encontrar com representantes do poder norte-coreano, fosse em Seul ou Pyongyang.

O anúncio desta quinta-feira foi interpretado em Seul como um gesto de abertura, que Ryoo Kihl-Jae classificou de significativo, e propôs retornar à mesa de negociações ainda neste mês. "O governo considera que é significativo, porque mostra uma disposição ao diálogo e aos intercâmbios intercoreanos", declarou em uma coletiva de imprensa.

Por sua vez, os Estados Unidos declararam seu apoio "à melhoria das relações intercoreanas", nas palavras de um porta-voz do departamento de Estado.

Pressões sem precedentes

A última rodada de negociações formais de alto nível ocorreu em fevereiro, permitindo que famílias separadas pela guerra pudessem se visitar, um tema chave na península asiática. Em outubro de 2014 as duas Coreias decidiram retomá-las após uma visita, muito pouco comum e inesperada, de dois líderes do Norte a Seul, mas nada ocorreu após um aumento das tensões militares na fronteira.

A Coreia do Norte encontra-se submetida a pressões sem precedentes por parte da comunidade internacional por seu balanço negativo em matéria de direitos humanos, ao que se soma a acusação de Washington de atuação em massa de hackers.

Kim Jong-Un também se dirigiu aos Estados Unidos, convidando-os a uma mudança valente de sua atitude em relação ao regime norte-coreano e criticando Washington por seu papel na campanha internacional que denuncia a grave situação dos direitos humanos no país asiático. "Os Estados Unidos e seus discípulos se dedicam a esta vil fraude dos direitos humanos porque suas artimanhas para destruir nossa força de dissuasão nuclear e atar nossa república à força são impossíveis", afirmou o líder da Coreia do Norte.

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