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Manifestação reúne mais de mil pessoas na Suécia contra ataques a mesquitas

Centenas de pessoas se concentraram em Estocolmo, Malmö e Gotemburgo

Mais de mil pessoas se manifestaram nesta sexta-feira na Suécia contra a islamofobia, após vários ataques contra mesquitas do país, em um contexto de tensão política provocada pela ascensão da extrema direita.



Os protestos foram organizados depois que uma pessoa lançou, na noite de quarta-feira, um coquetel molotov contra a mesquita de Uppsala, no leste do país, no terceiro ataque deste tipo em oito dias. Em 29 de dezembro, um incêndio, supostamente criminoso, foi declarado em uma mequita de Eslov (sul), sem consequências graves, e, no dia de Natal, cinco pessoas ficaram feridas no incêndio de uma mesquita em um prédio de Eskilstuna (centro).

"Queremos lançar uma mensagem para expressar que estes ataques contra mesquitas e outras agressões movidas pelo ódio aos muçulmanos são um problema para toda a sociedade, não apenas para os muçulmanos", declarou à AFP o porta-voz da Associação Islâmica Muçulmana, Mohamed Jarraki. "Todos devem se questionar se é este tipo de sociedade que querem", acrescentou.

Na mesquita de Uppsala, onde testemunhas viram um homem lançar um artefato na noite de quarta-feira, os manifestantes colaram corações nas paredes. Centenas de pessoas se concentraram em Estocolmo, Malm; e Gotemburgo.

A polícia sueca anunciou o reforço das medidas de segurança enquanto procura os autores dos ataques. Em 2014, houve uma dezena de ataques contra mesquitas na Suécia, segundo a revista antirracista "Expo". Uma investigação do governo revelou em novembro que dois terços das associações muçulmanas afirmaram terem sofrido atos de vandalismo.

Nas eleições legislativas de setembro, o partido de extrema direita Democratas da Suécia (DS) tornou-se a terceira maior força política do país, após atacar com virulência a política de imigração do governo de esquerda, que considera muito generosa.