Agência France-Presse
postado em 04/01/2015 09:32
O Egito negou neste domingo ter proibido a entrada em seu território da advogada Amal Clooney, que disse ter sido ameaçada de prisão há quase ano, quando publicaria um relatório crítico sobre o sistema judicial egípcio. "As autoridades egípcias não impediram Clooney de viajar ao Egito, não há qualquer medida que impeça sua vinda", afirmou em comunicado o ministério do Interior, citado pela agência oficial Mena.
[SAIBAMAIS]Amal Clooney, advogada de um dos jornalistas da Al Jazeera presos no Cairo, disse em seu relatório, em fevereiro de 2014 pela Associação Internacional de Advogacia, que a justiça egípcia deveria ser independente.
"No momento da publicação do relatório, nos impediram de fazê-lo no Cairo. Perguntaram: ;O informe é crítico ao exército, à justiça ou ao governo?; Respondemos que sim, e nos disseram que, neste caso, nós corríamos o risco de sermos presos", explicou a advogada britânica ao jornal The Guardian.
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Acusados de apoiar a Irmandade Muçulmana, o egípcio-canadense Mohamed Fadel Fahmy, defendido por Clooney, o australiano Peter Greste e o egípcio Baher Mohamed cumprem penas de entre sete e dez anos de prisão.
Segundo a advogada, os três homens são vítimas de sentenças dadas por um sistema cujos juízes podem ser nomeados diretamente por quem está no poder. Clooney se mostrou pessimista sobre o novo processo, ressaltando que "o princípio é de que houve erro, mas o novo julgamento irá se sustentar nas mesmas bases que o anterior, então não muda grande coisa", afirmou.
Por isso, a advogada - casada com o ator George Clooney - espera e confia que o Egito expulse seu cliente do país, tal como permite uma nova lei aprovada em novembro passado.