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Papa confirma vontade de abrir a Igreja Católica para as periferias

Durante a oração do Ângelus, o papa Francisco também anunciou a nomeação de 20 novos cardeais

Agência France-Presse
postado em 04/01/2015 16:27
O papa Francisco confirmou sua vontade de abrir a Igreja às regiões mais afastadas de seu centro institucional com a nomeação de 15 novos cardeais eleitores - três da Ásia, três da América Latina, dois da Oceania e dois da África. Neste domingo, (04/01), durante a oração do Ângelus, Jorge Bergoglio anunciou a nomeação, em 14 de fevereiro, de 20 novos purpurados. Quinze deles têm menos de 80 anos, e poderão votar em caso de conclave.

[SAIBAMAIS]Dois dias antes da cerimônia solene de investidura, o papa examinará junto a todo o Colégio Cardinalício, convocado para um consistório, a reforma da Cúria Romana, um dos maiores desafios de seu pontificado.



Da Cúria, equivalente ao governo do Vaticano, só foi nomeado um de seus membros, o francês Dominique Mamberti, ex-ministro das Relações Exteriores da Santa Sé. Quatro europeus (dois italianos, um espanhol, o arcebispo de Valladolid, Monsenhor Ricardo Blázquez Pérez, e um português, o patriarca de Lisboa, Monsenhor Manuel José Macário do Nascimento Clemente) estarão entre os novos cardeais eleitores.

Mas o papa Francisco voltou a inovar, como já havia feito em fevereiro de 2014, elegendo prelados de dioceses que nunca haviam feito um cardeal.

O arcebispo de Rangún, Monsenhor Charles Maung Bo, será o primeiro cardeal birmanês da história da Igreja. Com o Monsenhor Francis Xavier Kriengsak Kovithavanij, de Bangcoc e o Monsenhor Pierre Nguyên V%u0103n Nhon de Hanói, o papa reforçou a presença asiática no seio do colégio cardinalício.

Primeiro cardeal de Tonga


O bispo de Tonga, Monsenhor Soane Patita Paini Mafi, será o primeiro cardeal proveniente do arquipélago oceânico de Tonga. Aos 53 anos, será ao mesmo tempo o cardeal mais jovem do colégio cardinalício. Ano passado, o papa nomeou o primeiro cardeal haitiano da história durante seu primeiro consistório.

Alberto Suárez Inda, arcebispo de Morelia (México), Daniel Fernando Sturla Berhouet, arcebispo de Montevidéu, José Luis Lacunza Maestrojuán, bispo de David (Panamá), José de Jesús Pimiento Rodríguez, arcebispo emérito de Manizales (Colômbia) e Luis Héctor Villalba, arcebispo emérito de Tucumán (Argentina) representarão o continente latino-americano.

O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, justificou a ausência de cardeais norte-americanos e canadenses argumentando que "seu número já é consistente no órgão e continua estável".

A África também não foi esquecida: o pontífice nomeou o arcebispo de Santiago de Cabo Verde, Monsenhor Arlindo Gomes Furtado, e o arcebispo de Adis Abeba, Berhaneyesus Demerew Souraphiel. O papa Francisco confirmou que não se sente ligado à tradição das sedes cardinalícias, que costumam recair em grandes cidades. Centros tradicionais como Bruxelas ou Veneza estão atualmente sem cardeal.

O colégio cardinalício cresce com cinco novos membros não eleitores, nomeados pelo papa em recompensa por seu trabalho no seio da igreja católica. No próximo 14 de fevereiro, a assembleia de cardeais passará a contar com 228 membros dos quais 125 são eleitores em caso de conclave. Após este consistório, haverá 34 cardeais eleitores eleitos por João Paulo II, 60 nomeados por Bento XVI e 31 pelo papa Francisco.

Desse total, 57 são provenientes da Europa, 17 dos Estados Unidos e Canadá, 19 da América Latina, 15 da África, 14 da Ásia e 3 da Oceania. Com as novas designações, o pontífice argentino segue trabalhando na modificação de equilíbrios internos do Colégio Cardinalício, órgão mais importante da Igreja, ao deixá-lo um pouco menos eurocentrista.

Em fevereiro de 2014, durante o primeiro consistório de seu pontificado, o papa Francisco nomeou 19 novos cardeais, entre eles, uma dezena da "periferia" - segundo a expressão que ele mesmo gosta de usar.

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