Agência France-Presse
postado em 04/01/2015 19:40
A enfermeira britânica contaminada pelo vírus ebola continuava entre a vida e a morte neste domingo, enquanto entravam em observação em Alemanha e Estados Unidos dois mebros de equipes médicas que retornaram de Serra Leoa. O hospital londrino Royal Free Hospital, onde a enfermeira está isolada desde terça-feira, anunciou neste sábado que Pauline Cafferkey, 39 anos, estava em estado grave.[SAIBAMAIS]O premier David Cameron publicou no Twitter que seus "pensamentos e orações estão com a enfermeira". A paciente aceitou nos últimos dias receber um tratamento antiviral experimental e plasma extraído de uma pessoa que já se curou da doença, na esperança de que os anticorpos presentes no mesmo ajudassem a combater o vírus.
Para o professor Hugh Pennington, especialista em microbiologia, a enfermeira, que trabalhava em Serra Leoa para a organização Save the Children, terá que contar com a sorte para sobreviver. "O plasma é, provavelmente, sua maior esperança de tratamento", considerou.
Pauline é a segunda pessoa que recebe tratamento contra o ebola no Reino Unido, depois que o enfermeiro voluntário William Pooley foi internado e se recuperou no mesmo hospital, decidindo retornar a Serra Leoa.
"Para o ebola, não há plano B"
Um sul-coreano membro de uma equipe médica que esteve em Serra Leoa entrou ontem em observação no hospital Charité de Berlim. O paciente não apresenta sintomas, mas, no último dia 29 de dezembro, feriu-se com uma seringa, que perfurou três luvas, após colher sangue de um doente, que acabou morrendo, informou o hospital.
Um auxiliar de enfermagem americano que trabalhou no mesmo país africano, onde esteve exposto ao vírus, ficará em observação neste domingo em um hospital de Nebraska, centro dos Estados Unidos. "O paciente esteve exposto ao vírus, mas não está doente, nem é contagioso", declarou Phil Smith, diretor médico da unidade especializada do Nebraska Medical Center.
O hospital, especialmente equipado para receber portadores do vírus, já teve outros três pacientes infectados. Dois sobreviveram, enquanto o terceiro, um médico de Serra Leoa residente nos Estados Unidos, que trabalhava em Freetown, morreu em novembro.
"Tomaremos as medidas de proteção necessárias. O paciente ficará em observação no mesmo quarto usado pelos três primeiros pacientes, e será monitorado com atenção, para vermos se a doença se desenvolve", afirmou.
No fim de dezembro, sem contar Pauline, a Organização Mundial de Saúde (OMS) contabilizou 678 funcionários de saúde infectados pelo vírus, dos quais 382 morreram. "Contra o Ebola não há plano B, e o vírus deve ser vencido", declarou o novo chefe da Missão das Nações Unidas para Resposta de Emergência ao Ebola (UNMEER), Ismail Ould Cheij Ahmed, que chegou a Acra para assumir a função.
Ahmed se mostrou otimista ao declarar que a vitória contra a epidemia, que já deixou 8.000 mortos, "está ao nosso alcance". A UNMEER, com sede na capital de Gana, foi criada para gerenciar a batalha contra o vírus nos três países mais afetados: Libéria, Serra Leoa e Guiné.