O ataque terrorista ao jornal satírico francês Charlie Hebdo, que deixou ao menos 12 mortos nesta quarta-feira (7), teve como estopim a publicação de um desenho do líder do grupo militante Estado Islâmico, Abu Bakr al- Baghdadi, no Twitter.
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A revista, no entanto, tem uma longa história na publicação de desenhos provocativos sobre vários temas, em especial religiosos, tendo sido alvo de ataques e ameaças vindas de extremistas islâmicos.
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<--[if gte mso 10]> <[endif]-->A série de charges, apontada como a principal causa para o ataque, tem como capa da edição um desenho de um judeu ortodoxo empurrando uma figura de turbante em um cadeira de rodas e mostra várias caricaturas de Maomé, incluindo uma em que o líder islâmico aparece nu.
A publicação gerou bastante polêmica em todo o mundo e levantou debates sobre liberdade de expressão de um lado e "falta de ética" de outro. À época, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, alegou que o país "condenava com firmeza os insultos contra as entidades sagradas do Islã". A fé islâmica considera pecado qualquer representação ou imagem de Maomé.
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[SAIBAMAIS] Em resposta às críticas, o diretor do jornal, Charb ; morto no atentado de hoje ; defendeu a publicação das charges em nome da liberdade de expressão. ;Se não levantarmos a questão sobre se temos o direito de desenhar Maomé ou não, sobre se é perigoso fazê-lo, a questão que virá depois é se podemos falar dos muçulmanos na mídia. No final, não poderemos fazer mais nada e um punhado de extremistas que protestam na França e pelo mundo terá ganhado;.
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Em 2006, a Charlie Hebdo republicou o polêmico desenho de Maomé, que havia sido originalmente publicado pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten. Jacques Chirac criticou a decisão da revista. ;Tudo que pode prejudicar as convicções de alguém, em particular as religiosas, deve ser evitado. Liberdade de expressão deve ser exercida em um espírito de responsabilidade;, afirmou o presidente francês durante o episódio.
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