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Neve paralisa parte do Oriente Médio e castiga refugiados sírios

Uma tempestade de neve numa área montanhosa do sudeste do Líbano provocou a morte por hipotermia de dois refugiados sírios

Agência France-Presse
postado em 07/01/2015 17:07
Beirute- Parte do Oriente Médio se encontrava paralisada nesta quarta-feira (7/1) devido à neve, com escolas e repartições fechadas, afetando, principalmente, milhares de refugiados sírios, congelados em suas barracas de campanha.

Uma tempestade de neve numa área montanhosa do sudeste do Líbano provocou a morte por hipotermia de dois refugiados sírios, incluindo um menino de 6 anos, informou a Cruz Vermelha à AFP. Uma fonte da segurança disse que as vítimas fatais são um homem de 35 anos e um menino de 6, que atravessavam o monte que separa a Síria do Líbano, onde a temperatura rondava -7;C.

Fotógrafos da AFP registraram na localidade de Majdalun, perto de Baalbeck, leste do país, refugiados presos em suas barracas, cobertas pela neve. O conflito interno que dura quatro anos na Síria já resultou em mais de 1,1 milhão de refugiados para o Líbano.

"Temos medo de que as barracas sejam destruídas pelo peso da neve", disse um homem, desesperado, num acampamento com 40 barracas. Ele assinalou que faltam alimentos e insumos para o frio, e pediu ajuda às ONGs.

Vias ficaram bloqueadas nas áreas montanhosas, o que dificultou o acesso aos acampamentos de refugiados. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados distribuiu dinheiro e cupons de combustível para 80 mil famílias.

Em alguns locais, o Alto Comissariado construiu canais para evitar que a água inunde as barracas, mas muitos proprietários dos terrenos onde ficam os acampamentos não autorizaram os dutos.

Neve em Damasco

O mau tempo começou nesta terça-feira (6/1) no Líbano, com tempestades e granizo na capital e nas áreas montanhosas do leste. Escolas e portos permaneceram fechados hoje, e várias regiões ficaram sem luz. Em Israel, as escolas de Jerusalém ficaram fechadas, bem como a Universidade Hebraica e estabelecimentos de ensino do norte do país.

Na manhã de hoje, a neve começou a cair na área das Colinas do Golã, território anexado por Israel que fica no norte do país. Também nevou em Hebron, Cisjordânia. Em Jerusalém, localizada 800m acima do nível do mar, a chuva fria e os fortes ventos deixaram as ruas vazias.

A cidade espalhou 200 toneladas de sal, além de comida, cobertores e geradores, para amenizar os efeitos de possíveis cortes de energia, como os causados em dezembro de 2013 por uma tempestade.



A Jordânia enviou máquinas para a retirada de neve aos Territórios Palestinos, por causa das nevascas esperadas na Cisjordânia, onde as escolas ficaram fechadas. Em Gaza, onde as ruas estavam quase desertas, o porto estava fechado.

Na Jordânia, repartições públicas e ministérios suspenderam as atividades. Na Síria, a neve e a chuva, que atingiu, principalmente, a província de Damasco, obrigou as escolas e universidades a adiar as provas. No Egito, autoridades fecharam sete portos devido a uma tempestade de areia.

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