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Policiais e militares ocupam Paris após ataque a Charlie Hebdo

Os agressores 'ainda estão em fuga, nosso trabalho é vigiar', explicou um segurança

Agência France-Presse
postado em 07/01/2015 19:26

Policiais se reúnem perto dos escritórios do jornal francês Charlie Hebdo

Paris- Soldados armados nas estações de trem, policiais montando guarda diante dos jornais e TVs: Paris é uma capital sob severa vigilância após o ataque ao jornal Charlie Hebdo nesta quarta-feira (7/1), que deixou 12 mortos. No primeiro dia da liquidação de inverno, a segurança foi reforçada no comércio, como nas Galerias Lafayette.

Os agressores "ainda estão em fuga, nosso trabalho é vigiar", explicou um segurança responsável por cerca de seis homens de colete laranja e gorro negro. "Se estiverem armados, não comprem briga, se escondam", disse o segurança, em referência à extrema violência dos homens que atacaram o jornal com fuzis de assalto.

[SAIBAMAIS]Um código de duas palavras foi transmitido aos seguranças para alertar sobre "um ataque". O plano anti-terrorista Vigipirate foi acionado ao nível máximo de "alerta de atentado" na região de Paris nesta quarta, em razão do ataque à sede do Charlie Hebdo que deixou 12 mortos, incluindo oito jornalistas, e 11 feridos, sendo quatro gravemente.

Diante das Galerias Lafayette, dois policiais montam guarda na rua. Os dois vestem coletes a prova de balas e um deles carrega uma arma automática. Na loja de departamentos Printemps, próxima às Galerias, o chefe da segurança mobilizou seu contingente. "Reforçamos nosso esquema e a ordem é clara: revistar tudo".

Diante do clima de insegurança, os gerentes das lojas do centro de Paris, habitualmente lotadas devido à liquidação de inverno, lamentavam a deserção dos clientes estrangeiros. "Há quatro vezes menos turistas estrangeiros hoje do que o habitual. Os clientes estão com medo de pegar o metrô e ficaram em casa", disse à AFP Ylhan, que trabalha em uma boutique de luxo na Praça da Ópera.

"Em um país onde há liberdade de expressão, isto choca muito, a todos os que vivem na França. As sirenes tocaram durante todo o dia...", assinalou o gerente de 31 anos. Um agente da companhia ferroviária, quepe na cabeça, não escondia sua preocupação: "Há muito mais militares do que o habitual e nos pediram para ficar atentos, mas o que vamos fazer? Se acontecer qualquer coisa, espero que não atirem em mim".

"A vigilância nas estações, nos pontos turísticos, nos locais de culto e nos veículos de imprensa foi reforçada", anunciou o ministro do Interior, que convocou policiais e militares para o serviço. Diante de vários meios de comunicação, como a Agência France-Presse e o jornal Le Monde, policiais armados montavam guarda.



No total, cerca de 500 policiais e gendarmes foram mobilizados para reforçar a segurança na região de Paris. Em relação às escolas, a orientação é que se mantenha extrema prudência.

No final da tarde, no colégio Hél;ne Boucher, no leste Paris, um inspetor desceu "para nos dizer para não ficar diante da escola, para irmos para a casa e para evitarmos a formação de grupos nas ruas nas próximas horas", disse Clara Delattre.

As excursões escolares, geralmente realizadas na quarta-feira em Paris, e as demais atividades fora da escola foram suspensas até nova ordem por ordem do ministério francês da Educação.

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