Agência France-Presse
postado em 07/01/2015 20:46
Grande ausência na reconciliação entre Estados Unidos e Cuba, Fidel Castro completa na próxima quinta-feira um ano sem aparecer em público, o que alimenta rumores dos cubanos sobre a sua saúde."A mim chamou muito a atenção que Fidel não tenha aparecido quando os heróis cubanos (como são chamados os agentes cubanos que estavam presos por espionagem em território americano) voltaram e que não tenham falado nada sobre o restabelecimento das relações com os Estados Unidos. Comenta-se que ele está recolhido porque seu estado de saúde é muito delicado", disse à AFP Doraylis Jiménez, bailarina de 20 anos.
Aos 88 anos, o "Comandante" não comentou publicamente a aproximação anunciada por seu irmão e sucessor Raúl Castro e pelo presidente Barack Obama há três semanas.
Também não assistiu as boas-vindas aos três agentes cubanos - considerados "heróis" na ilha - libertados por Washington como parte dos acordos que puseram fim a meio século de rivalidade.
"Realmente deveriam informar (o motivo do sumiço), porque os cubanos estão preocupada com isso, e sobretudo para acabar com a quantidade de rumores em torno do tema", completou a artista.
Fidel, que deixou o poder em julho de 2006, fez sua última aparição pública em 8 de janeiro de 2014, quando compareceu à inauguração da galeria do artista cubano Alexis Leyva "Kcho" - seu velho amigo -, em Havana.
Em julho ele recebeu, separadamente, em sua residência na capital da ilha, os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin. Desde então só tem se expressado por meio de algumas poucas "reflexões" publicadas na imprensa estatal, as duas últimas em outubro.