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Polícia mata irmãos que atacaram jornal e homem que fez refém em mercado

Irmãos Kouachi atiraram e mataram 12 pessoas na revista Charlie Hebdo, na última quarta-feira (7/1)

postado em 09/01/2015 14:23

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Os irmãos Kouachi foram mortos na tarde desta sexta-feira (9/1), em uma operação conjunta da Polícia Francesa, em Dammartin-en-Goele, a 30 km de Paris. Durante a ação contra os jihadistas que atacaram a revista Charlie Hebdo, na última quarta-feira (7/1), policiais ainda invadiram um mercado judeu na periferia de Paris, que também era alvo de terroristas, e mataram o terceiro homem. A informação foi confirmada pela polícia e imprensa francesa. Outra suspeita, que também participou da tomada de reféns no mercado, conseguiu escapar e segue foragida.

Os suspeitos do massacre na revista Charlie Hebdo estavam abrigados em uma gráfica na região de Dammartin-en-Goel. Informações iniciais apontam que o refém que estava em poder dos irmãos foi liberado. A polícia chegou a detonar explosivos próximo ao local em que eles estavam, pouco antes das 16h GMT (14h de Brasília).

De acordo com jornalistas locais, uma coluna de fumaça começou a subir no local. A agência de notícias France Presse informou ainda que, após o ataque dos policiais, os suspeitos chegaram a sair da gráfica e dispararam contra as forças de segurança. Nessa hora, foram ouvidos vários disparos.

[SAIBAMAIS]A empresa Création Tendance Découverte (CTD), onde os fugitivos se esconderam, é uma pequena gráfica de impressão e publicidade que conta com quatro funcionários, segundo informações de seu site.

Terroristas
Nas duas ações coordenadas - na gráfica e no mercado judeu - três suspeitos de terrorismo foram mortos ; Sa;d e Chérif Kouachi, autores do atentado terrorista contra a revista francesa Charlie Hebdo, e Amedy Coulibaly, envolvido na morte de uma policial e no sequestro no mercado judeu. Outra suspeita, Hayat Boumeddiene, que também participou da tomada de reféns no mercado, conseguiu escapar e segue foragida.

Escolas fechadas
Mais cedo, com a localização dos terroristas, centros de ensino da região foram esvaziados. Cerca de 200 crianças de uma pré-escola, de uma escola de ensino fundamental e de outra de ensino médio foram levadas ao ginásio da cidade.

Terrorismo
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, declarou que a França está em guerra "contra o terrorismo, não contra uma religião", e estimou que serão necessárias novas medidas "para responder à ameaça". "Estamos em uma guerra contra o terrorismo. Não estamos em uma guerra contra uma religião, contra uma civilização",disse Valls.

Em Washington, autoridades americanas revelaram que os dois suspeitos, franceses de origem argelina, figuravam há anos na lista negra americana de terroristas, e que Said Kouachi recebeu treinamento de armas no Iêmen. Homens da RAID e da GIGN, as unidades de elite da polícia e da gendarmaria, fizeram buscas durante a noite na região da Picardia, onde estava ativado o nível máximo de alerta antiterrorista.

O atentado à revista Charlie Hebdo foi saudado pelos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) e pelos shebab somalis, que o consideraram "heroico". "Charlie Hebdo insultou nosso profeta e indignou milhares de muçulmanos. Os dois irmãos (suspeitos do ataque) são os primeiros a ter se vingado", afirma a nota divulgada pela emissora oficial do movimento da Somália.

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