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"Ameaça não acabou", diz presidente francês, após morte de terroristas

Orgulhoso pela operação realizada pelos soldados franceses nesta sexta-feira, Hollande pede união e diz que "a nação não será dividida pela tragédia"

Nathale Martins
postado em 09/01/2015 16:59

Presidente francês, François Hollande, se dirige à população para pedir solidariedade e união

Em rápido pronunciamento no palácio Eliseu, em Paris, nesta sexta-feira (9/1), o presidente francês, François Hollande, expressou orgulho e agradecimento pelas operações conduzidas pela polícia francesa nesta sexta-feira, apesar da morte de quatro reféns em ação durante sequestro em um mercado judeu. Três suspeitos de terrorismo foram mortos ; Sa;d e Chérif Kouachi, autores do atentado terrorista contra a revista francesa Charlie Hebdo, e Amedy Coulibaly, envolvido na morte de uma policial e no sequestro no mercado judeu.

Hollande pediu união e solidariedade à população. ;A França não acabou com essa ameaça. Precisamos de vigilância, unidade e mobilização. A união é nossa melhor arma;, disse o presidente. Ele alertou que os responsáveis pelo ataque à revista Charlie Hebdo representam uma minoria dentro da religião islâmica. "Nós não devemos fazer nenhuma confusão. Fanáticos, que nada têm a ver com a religião islâmica, realizaram um deplorável ato antissemita em Porte de Vincennes". Outra suspeita, Hayat Boumeddiene, que também participou da tomada de reféns no mercado, conseguiu escapar e segue foragida.

Sobre a dupla ação das forças de segurança contra os irmãos jihadistas e um terceiro, que fez reféns em um mercado judaico, Hollande apenas confirmou que quatro pessoas foram mortas durante a ação da polícia, sem mais detalhes.

"Nós temos que usar força, mas também solidariedade. Isso é algo que devemos mostrar. Nós somos pessoas livres", afirmou o presidente antes chamar a população francesa para "se levantar em nome da liberdade e da democracia" no domingo durante a reunião ministerial internacional convocada pelo governo do país.

Os franceses viveram um dia marcado pelo sequestro de cinco pessoas em um mercado judeu em Vincennes, Paris ; um dos sequestradores foi morto. Também hoje, as autoridades policiais confirmaram a morte de dois suspeitos de terem participado do ataque à revista Charlie Hebdo.

Após o ataque à revista satírica de 7 de janeiro, o país passa por momentos de tensão e alerta máximo de segurança. Uma ação dessa proporção não era registrada desde 25 de julho de 1995, quando oito pessoas foram assassinadas pela explosão de uma bomba dentro da estação Saint-Michel, no centro da capital francesa.

Falando à imprensa, Hollande disse que a tomada de reféns em Paris foi um "terrível ato antissemita", e anunciou que participará, no próximo domingo, das manifestações convocadas pelos principais partidos políticos, sindicatos e associações das grandes federações muçulmanas.

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