Agência France-Presse
postado em 09/01/2015 18:58
O governo dos Estados Unidos elogiou nesta sexta-feira a libertação de 35 presos políticos por parte de Cuba, em consonância com os pedidos feitos por Washington. "Saudamos a significativa e contínua libertação de presos políticos pelo governo cubano. Não vou confirmar números ou nomes, mas estas libertações são consistentes com os casos que apresentamos ante o governo de Cuba", afirmou a porta-voz do departamento de Estado, Jen Psaki.Ao menos 35 presos políticos cubanos foram libertados nas últimas 48 horas em diferentes províncias da ilha como gesto de reconciliação em relação aos Estados Unidos, segundo fontes ativistas. "Já estamos com 35 libertações", informou Elizardo Sánchez, líder da Comissão Cubana de Direitos Humanos, que é ilegal, mas tolerada pelo governo comunista.
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O Departamento de Estado americano anunciou na terça-feira que Havana iria iniciar a libertação dos presos dentro do processo de normalização de suas relações diplomáticas. A primeira rodada de reuniões entre os Estados Unidos e Cuba para iniciar este processo formalmente será celebrada em 21 e 22 de janeiro, em Havana.
A delegação dos Estados Unidos será liderada pela vice-secretária de Estado para o hemisfério ocidental, Roberta Jacobson, disse a porta-voz, Jen Psaki. Esta rodada de conversações deverá aprovar um cronograma para os próximos encontros, que permitam avançar em detalhes da normalização das relações.
[SAIBAMAIS]Quando Washington e Havana surpreenderam o mundo em dezembro passado ao anunciar o início de um processo de normalização de suas relações, o departamento de Estado mencionou que os acordos incluíam a libertação de 53 pessoas de uma lista de detidos que Washington considera presos políticos. O acordo foi selado em definitivo com uma histórica conversa por telefone de quase uma hora entre os líderes americano, Barack Obama, e cubano, Raúl Castro.
O governo de Washington, no entanto, antecipou que a remoção do maior obstáculo das relações bilaterais - o embargo econômico e comercial sobre a ilha - deverá ser negociado com o Congresso americano, já que esta norma está codificada em diversas leis, especialmente a denominada Lei Helms-Burton, assinada por Bill Clinton em 1996.