Calma, metas orientadas e aprendizado com os erros. A Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), grupo baseado no Iêmen que assumiu o atentado contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo, segue essa filosofia para ganhar espaço na arena do terrorismo internacional. Os militantes, comandados por Nasir Abd Al-Karim Al-Wuhayshi, 33 anos, aprenderam com os fracassos de outras facções jihadistas e da Al-Qaeda no Iraque (AQIM). ;Eles mostraram quão brutal e sangrenta a AQIM era e como o povo muçulmano se voltou contra eles;, explicou ao Correio Brian O;Neill, especialista em Iêmen baseado em Chicago.
[SAIBAMAIS] De acordo com ele, a AQAP tem crescido lenta e deliberadamente, construindo aliados e recursos. ;Os extremistas têm planos de longo prazo de controlar um Estado e expandir a jihad (guerra santa). Estão interessados em capturar territórios e em ter uma base de operações. Sua paciência e sua habilidade de planejar indicam que eles podem projetar seu poder sobre locais como Paris;, alerta.
A AQAP aposta no treinamento de mujahedine (guerrilheiros islâmicos) para atuarem por conta própria no Ocidente. ;Massacres como o da revista Charlie Hebdo jogam o grupo iemenita na mídia e o ajudam no recrutamento. Os irmãos Chérif e Said Kouachi não estavam no comando e eram essencialmente dispensáveis. Eles não foram treinados para serem mártires, não estavam no círculo interno da AQAP e, provavelmente, não tinham qualquer conhecimento operacional;, afirmou O;Neill. No entanto, segundo o especialista, a AQAP gosta desses ;soldados; do Ocidente. ;Esse tipo de atentado é o suficiente para chacoalhar o Ocidente e para aumentar a posição da AQAP no mundo jihadista. A facção tinha sido empurrada para baixo, nas manchetes, graças ao sucesso do Estado Islâmico (EI). O mundo da jihad é tão competitivo como em qualquer outro lugar;, acrescentou.
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