postado em 10/01/2015 12:10
Assim como a hashtag #JeSuisCharlie (Todos somos Charlie, em livre tradução) foi usada a favor da liberdade de expressão, o tópico #NotInMyName (Não em meu nome) voltou a ser usado nas redes sociais por comunidades de muçulmanos que não se identificam com a conduta extremista por trás dos recentes atentados na França. Só nas últimas 24h, a tag em defesa do Islâ foi usada 6,3 mil vezes no Twitter. Quando as coisas estão melhorando para os muçulmanos, um idiota radical e extremista vai e faz um ato horrível e hediondo.
Whenever things are getting better for us Muslims, a radical, extremist idiot goes ; does some horrific, heinous act.
; jaffar (@JaffarHAbidi)
O tiroteio em Paris é totalmente inaceitável. Incidentes assim tornam difícil à maioria pacífica e amorosa levar vida normal.
The is totally unacceptable. Such incidents make it difficult for the peace loving majority to lead normal lives
; Mufti Ismail Menk (@muftimenk)
Não sou Charlie, sou Ahmed, o policial morto. Charlie ridicularizou minha fé e cultura, e eu morri defendendo o direito de ele fazer isso
I am not Charlie, I am Ahmed the dead cop. Charlie ridiculed my faith and culture and I died defending his right to do so.
; Dyab Abou Jahjah (@Aboujahjah)
O movimento #NotInMyName surgiu em setembro de 2014, quando muçulmanos da Europa se mobilizam contra os jihadistas, organizando na Alemanha e na Noruega um dia de protesto contra o ódio. A campanha mundial no Twitter foi idealizada pela fundação Active Change, da Grã-Bretanha. A iniciativa teve adesões em todo o planeta. Os muçulmanos que adotam a hashtag temem ser ligados aos atos violentos dos jihadistas, amplamente difundidos na web.
[SAIBAMAIS]No vídeo divulgado no ano passado, jovens e adultos muçulmanos se dizem contra os atos terroristas. "Eles não me representam porque matam pessoas inocentes", "porque o seu líder é mentiroso", "porque o que eles fazem é desumano", dizem os relatos.
[VIDEO1]
Em setembro do ano passado, em entrevista sobre o ato global, o presidente do Conselho dos Democratas Muçulmanos da França, Abderrahman Dahman, disse que o Estado Islâmico não condiz com as crenças do Islã. "Na França, os muçulmanos condenam firmemente este ;Estado; que não tem nada de Islâmico". Dahman é um dos impulsionadores de um apelo lançado recentemente contra o EI por responsáveis religiosos, mesquitas e associações muçulmanas.
Herói
Ahmed Meraber, policial francês de origem argelina morto brutalmente na frente da sede do jornal Charlie Hebdo depois do ataque terrorista dessa quarta-feira (7/1), recebeu inúmeras homenagens no Twitter e Instagram com a tag #JeSuisAhmed. No Instagram há mais de 8,5 mil publicações com a hashtag. O tópico #JeSuisChalie foi replicado mais de 900 mil vezes no aplicativo.