Agência France-Presse
postado em 10/01/2015 16:34
Trípoli, Líbia - Centenas de pessoas compareceram, neste sábado, em Trípoli, ao funeral de Abu Anas al-Libi, um líbio morto nos EUA poucos dias antes de ser julgado pela suposta participação em atentados contra várias embaixadas americanas na África.Uma multidão de mais de 100 pessoas se reuniu para rezar por ele, na Praça dos Mártires de Trípoli, unindo-se ao cortejo fúnebre que seguiu para o cemitério, onde Al-Libi foi enterrado.
O julgamento de Al-Libi, um especialista em Informática acusado de participar dos ataques de 1998 contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, seria na próxima segunda-feira, 12 de janeiro. Nos dois ataques, 224 pessoas morreram, e cerca de cinco mil ficaram feridas.
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Forças especiais americanas capturaram Al-Libi, cujo nome verdadeiro era Nazih Abdul Hamed al-Raghie, em outubro de 2013. Ele sofria de hepatite C e câncer de fígado e faleceu em 2 de janeiro em um hospital de Nova York.
O corpo de Al-Libi chegou à Líbia na sexta-feira à noite, procedente dos Estados Unidos, e foi levado para sua residência no oeste da capital do país, informou seu filho, Abdallah Nazih.
Uma autoridade do governo líbio, liderado por islamitas e não reconhecido pela comunidade internacional, anunciou a abertura de uma investigação sobre a morte de Al-Libi.
"As autoridades americanas devem esclarecer as circunstâncias de sua morte", declarou Mohamed Attiyeh al-Jazwi, durante a cerimônia. Uma fonte ligada à família disse que os parentes de Al-Libi se recusaram, porém, a fazer a necropsia.
O FBI (a Polícia Federal americana) chegou a oferecer recompensa de US$ 5 milhões por Al-Libi antes de sua detenção.
Esta semana, a Al-Qaeda na Península Arábica (Aqpa), que fica no Iêmen, convocou atos de vingança pela morte de Abu Anas al-Libi, de acordo com uma página na Internet que monitora a atividade islâmica on-line (SITE).
A organização ameaçou os Estados Unidos, garantindo que Abu al-Libi morreu "por falta de cuidados médicos" na prisão. "Pagarão o preço de seus crimes com o sangue de seu povo e de seus soldados", alertou.