postado em 11/01/2015 17:45
[FOTO364845]Os franceses tomaram as ruas de Paris neste domingo (11/1) em um ato de protesto após o mais grave ataque terrorista na França dos últimos anos. Mais de 1,5 milhão de pessoas, de acordo com o Ministério do Interior, homenagearam as 12 vítimas do atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo e demonstraram união diante da violência extremista. Líderes mundiais e familiares das vítimas participaram da manifestação pacífica. Em toda a França, mais de 3,7 milhões de pessoas foras às ruas.
A movimentação na Place de la République começou ainda pela manhã. Os manifestantes do denominado "ato republicano" seguiram por dois caminhos: pelo Boulevard Voltaire e pela Avenida da República. Ambos os percursos terminaram na Praça da Nação. Atiradores de elite se posicionaram ao longo do trajeto para garantir a segurança da multidão que fazia questão de deixar claro não ter medo do terrorismo. No total, 5,5 mil homens, entre policiais e soldados, além de 2,2 mil agentes, foram encarregados da segurança mo protesto.
Os manifestantes cantaram o hino da França e gritaram "Charlie". Alguns subiram em estátuas, como a Marianne na Place de la République, que recebeu uma fita preta no braço como símbolo de luto. Os eventos deste domingo foram considerados a maior mobilização já registrada até hoje no país - informou o Ministério francês do Interior. Nas cidades fora de Paris, houve mais de 2,5 milhões de manifestantes. Na capital, havia entre 1,2 milhão e 1,6 milhão de pessoas, afirmou o Ministério francês.
Sobreviventes do ataque à revista Charlie Hebdo, como o designer especial Luz e Patrick Pelloux, estiveram no Centro de Paris, assim como familiares das vítimas. Elsa Wolinski, filha do criador da revista Charlie Hebdo, Georges Wolinski, morto na quarta-feira no ataque, falou com jornalistas e pediu para que as pessoas não se entreguem ao ódio. "Nessa coisa sórdida vai algo maravilhoso, Wolinski morreu com os amigos", afirmou a filha do artista.
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Autoridades presentes
A marcha foi guiada pelo grupo de líderes mundiais presentes no protesto pacífico. O ato contou com a presença de autoridades de diversos países que responderam ao convite do presidente François Hollande. Entre os que compareceram, a chanceler alemã, Angela Merkel; o premiê britânico, David Cameron; e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Representantes da Palestina, Inglaterra, Jordânia, Dinamarca e muitas outras nações que se solidarizaram com a dor da França, além de demonstrar unidade no repúdio ao terrorismo, estiveram na marcha.
"Paris hoje é a capital do mundo", afirmou o presidente francês François Hollande aos membros de seu gabinete reunidos no palácio do Eliseu, antes de se dirigir para a manifestação. "Todo o país vai reunir o melhor que tem", completou o chefe de Estado.