Agência France-Presse
postado em 11/01/2015 14:52
[SAIBAMAIS]Duas mulheres-bombas, entre elas uma de 15 anos, mataram neste domingo quatro pessoas em um duplo atentado no movimentado mercado de Potiskum, nordeste de Nigéria. "Levamos seis corpos, entre eles o das duas suicidas, para o hospital. Vinte e uma pessoas ficaram feridas nos ataques", afirmou uma fonte da segurança. Segundo a fonte, as mulheres-bombas tinham 23 e 15 anos, respectivamente."A primeira mulher-bomba - a de 23 anos - detonou os explosivos logo em frente à entrada do mercado, onde voluntários revistavam as pessoas que entravam usando detectores de metal. "A segunda mulher-bomba ficou apavorada com a explosão e tentou correr pela rodovia, mas ela também explodiu", prosseguiu. Ibrahim Damdam, que estava no local do atentado, contou que a segunda explosão ocorreu quando as pessoas fugiam da primeira.
As explosões ocorreram no mercado de venda de telefones celulares Kasuwar Jagwal, na capital financeira do estado de Yobe. O local atrai comerciantes e compradores de todo o estado de Yobe e de outros locais. Consumidores em pânico fugiram e comerciantes abandonaram suas barracas no mercado de celulares e no mercado principal da cidade, que fica bem ao lado.
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Os atentados se deram no dia seguinte ao ataque suicida de uma menina de apenas 10 anos, que matou 19 pessoas em Maiduguri, no estado vizinho de Borno. A forte explosão sacudiu o "Monday Market" em um horário de muita movimentação. Também no sábado, duas pessoas morreram quando um carro explodiu em frente a uma delegacia de polícia em Potiskum. No final de 2014, o "Monday Market" já tinha sido alvo de dois ataques mortais cometidos por terroristas suicidas.
Por ora, nenhum grupo reivindicou os atentados. No entanto, os ataques têm a marca do grupo islamita Boko Haram, que costuma usar mulheres e meninas para realizar seus atentados. Alguns analistas de segurança acreditam que mulheres mais velhas podem desejar se tornar terroristas suicidas por partilhar da ideologia radical dos jihadistas ou atuem para vingar a morte de entes queridos pelas mãos de forças militares.
Mas as mais jovens - como a menina de Maiduguri - e as ações da adolescente de 15 anos em Potiskum sugerem que os jihadistas possam estar usando a coerção. Uma testemunha do atentado de sábado no mercado de Maiduguri disse que a respeito da menina-bomba: "Duvido que ela realmente soubesse o que estava levando preso ao corpo".
Outra testemunha ocular disse que aparentemente a bomba foi ativada por controle remoto, o que está de acordo com o depoimento referente a outros ataques no norte da África. Os atentados deste fim de semana são os mais recentes de uma escalada de violência no nordeste da Nigéria, enquanto se aproxima a data para a realização das eleições presidenciais e parlamentares, no próximo mês.
Em 3 de janeiro, o Boko Haram lançou um ataque contra a cidade de Baga, no norte do estado de Borno. O número de vítimas é incerto, mas se se acredita que esta tenha sido a pior atrocidade em seis anos de campanha do grupo extremista, na qual já morreram mais de 13.000 pessoas.