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"Nosso inimigo em comum é o extremismo islâmico", diz Netanyahu em Paris

O primeiro-ministro de Israel discursou durante homenagem às 17 vítimas dos atentados jihadistas no país

postado em 11/01/2015 18:24

O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu fez um pronunciamento neste domingo (11/1) na Grande Sinagoga de Paris para a cerimônia em homenagem às 17 vítimas dos ataques terroristas nos últimos dias. Durante o discurso, o primeiro-ministro mencionou humanidade, paz para todas as crenças religiosas e justiça. "Quero expressar meus sentimentos para todas as famílias das vítimas dos atentados e a todos os inocentes mortos todos os dias. Devemos lutar contra o antissemitismo e o terrorismo".

Netanyahu fez referência indireta ao policial Ahmed, de origem muçulmana, morto no ataque à Charlie Hebdo. "Quero lembrar também daqueles que morreram tentando salvar outras vidas", disse. O primeiro-ministro também parabenizou a ação da França contra o antissemitismo e terrorismo, e reforçou que não se trata de oposição ao Islamismo, mas, sim, ao radicalismo. "O Islã não reconhece o extremismo. Nosso inimigo em comum é o extremismo".

O premiê pronunciou essas palavras, após manifestar seu "agradecimento" a Lassana Bathily, um funcionário muçulmano do supermercado kasher, onde aconteceu a tomada de reféns na sexta-feira. De origem malinesa, o jovem salvou vários clientes desse estabelecimento do leste de Paris. Dirigindo-se aos judeus, Netanyahu declarou que "têm o direito de viver em segurança, onde escolherem, em particular na França".

Na chegada à Grande Sinagoga, os mais de 5 mil presentes aplaudiram Netanyahu e o presidente francês François Hollande. De acordo com o jornal francês Le Figaro, os quatro judeus mortos pelo jihadista Amedy Coulibaly em um mercado judeu na última sexta-feira serão enterrados nesta terça-feira (13/1), em Israel. Após os ataques de sexta-feira, Netanyahu pediu à França que mantenha um nível elevado de segurança em torno das instituições judaicas.

Neste domingo, cerca de 3,7 milhões de pessoas se reuniram nas ruas da França em marchas para protestar contra os atentados no país desde a última quarta-feira (7/1), quando 12 pessoas foram mortas por jihadistas no semanário satírico Charlie Hebdo. No dia seguinte (8/1), uma policial foi morta em Montrouge. Na sexta-feira, quatro reféns foram mortos em um mercado judeu invadido pelo jihadista Amedy Coulibaly, morto pela polícia francesa. Os irmãos Sa;d e Chérif Kouachi, que atacaram a Charlie Hebdo, também foram mortos em Dammartin-en-Goele, a 30 km de Paris, em uma operação conjunta da polícia francesa.

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Além do presidente francês François Hollande, participaram da marcha autoridades como a chanceler alemã, Angela Merkel, o premiê britânico, David Cameron, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. A marcha deste domingo mobilizou 5,5 mil homens, entre policiais e soldados, além de 2,2 mil agentes encarregados de proteger a manifestação diretamente. Sobreviventes do ataque à revista Charlie Hebdo, como o designer especial Luz e Patrick Pelloux, também marcaram presença na marcha republicana, em Paris.

Em Lyon, cerca de 200 mil pessoas marcharam. Em Rennes, no oeste, outras 115 mil pessoas se reuniram para as homenagens. A população de cidades como Bordeaux e Marselha também foi às ruas para manifestações.

* Com informações da Agência France Presse

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