Agência France-Presse
postado em 11/01/2015 19:19
Câmeras em içadas sobre guindastes, carros de transmissão enfileirados nas avenidas, varandas concorridíssimas, cinegrafistas em cima de motos e âncoras preparados para ficar no ar durante horas. Paris ganhou os holofotes do mundo inteiro e as emissoras de televisão não pouparam recursos para cobrir a grande Marcha Republicana contra o terrorismo, que contou com a presença de mais de cinquenta chefes de Estado e de governo, para repudiar o terrorismo e homenagear as 17 vítimas dos atentados desta semana.
A mídia internacional precisou organizar em menos de 48 horas a cobertura da maior manifestação na França desde a Segunda Guerra Mundial, com mais de um milhão de pessoas na capital e 3,7 milhões no país todo.
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Um cinegrafista do canal público France 2 passou o dia inteiro pendurado em um guindaste, a 55 metros de altura, para que ter visão global da Praça da República, ponto de encontro dos manifestantes.
Mais de quarenta canais franceses e estrangeiros cobriram o evento. A maioria das câmeras foram colocadas num palco situado no meio da praça, cujo chão ficou coberto de cabos. "É algo enorme, em termos de jornalistas presentes e de satélites usados", comenta Bill Neely, correspondente do canal americano NBC. "É provavelmente um dos eventos mais cobertos da década na Europa", avalia Dana Lewis, repórter dos canais FoxNews e NBC. "Não dá para comparar com o 11 de setembro, mas a presença da mídia é enorme", completa.
O canal de informação americano CNN mandou dos Estados Unidos seus principais âncoras, Christiane Amanpour e Jake Tapper, com uma equipe de quarenta pessoas, oito câmeras e três carros de transmissão. "A última vez que vi tanta imprensa foi na reeleição de Obama, em 2012", explica Tapper à AFP.
Quartos de hotéis localizados próximos à praça foram muito procurados, assim como apartamentos, principalmente pela mídia americana, que precisava de pontos para filmar ou fotografar de cima. "Todos os pontos que permitem ter uma certa altura para filmar a passeata eram muito cobiçados, principalmente pela mídia americana.
O canal japonês NHK veio com quatro equipes com câmeras, para sua maior cobertura na França. Até a televisão estatal chinesa CCTV estava presente na passeata, assim como canais da Arábia Saudita, do Iraque ou da Argélia.