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Farc ratificam trégua unilateral com forças militares da Colômbia

A guerrilha manterá a trégua unilateral e indefinida se as forças militares 'não agredirem' suas unidades

Agência France-Presse
postado em 13/01/2015 15:43
Bogotá- A guerrilha das Farc, que mantém negociações de paz com o governo colombiano em Cuba, ratificou que manterá a trégua unilateral e indefinida se as forças militares "não agredirem" suas unidades, segundo declarações de um membro da cúpula do grupo insurgente a um jornal nacional.

"O cessar-fogo unilateral e indefinido permanecerá vigente enquanto as forças do Estado não agredirem unidades das Farc", disse Alape, em entrevista publicada esta terça-feira no jornal El Espectador.

A declaração de Alape, que faz parte da equipe de negociação da principal guerrilha do país, ocorreu depois que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) garantiram, no fim de semana passado, em um comunicado, que o Exército colombiano tinha aumentado o "assédio" contra seus integrantes no leste e no sudoeste do país.

Em 20 de dezembro passado, as Farc iniciaram, pela primeira vez em mais de 50 anos de história, uma trégua unilateral por tempo indeterminado, cujo cumprimento foi reconhecido na semana passada pelo presidente, Juan Manuel Santos.



Pastor Alape, cujo nome de batismo é Félix Antonio Muñoz, acrescentou na entrevista que o cessar-fogo unilateral é "um passo sério para a concertação de um armistício", proposta que Santos rechaçou em várias oportunidades por considerar que daria espaço para a guerrilha se fortalecer.

O líder insurgente destacou, ainda, "o trabalho intenso e repleto de bons frutos" da mesa de negociações de Havana, instalada em novembro de 2012. Até o momento, as partes chegaram a acordos parciais sobre o desenvolvimento rural, a participação política e drogas ilícitas.

Atualmente, discutem sobre vítimas e resta definir o desarmamento e o mecanismo de aprovação de um futuro acordo de paz. Participaram do conflito armado colombiano, que deixou mais de 220 mil mortos, segundo cifras oficiais, guerrilhas de esquerda, paramilitares de direita, forças militares e grupos de narcotraficantes.

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