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Edição "Tudo está perdoado" da Charlie Hebdo começa a ser vendida

A revista satírica, alvo de ataques terroristas na semana passada, será traduzida em cinco línguas, incluindo árabe e turco. Três milhões de cópias foram para as bancas

postado em 14/01/2015 05:55
Outro leitor segura a revista, enquanto mulher fixa cartaz na entrada da banca afirmando que os exemplares foram esgotados

Dezenas de franceses formaram filas em frente às bancas de jornais do país para comprar a nova edição do jornal Charlie Hebdo. A conhecida ;edição dos sobreviventes; começou a ser vendida nesta quarta-feira (13/1), elaborada por colaboradores do semanário que sobreviveram ao ataque terrorista sofrido na semana passada. Em algumas bancas, os exemplares da revista satírica chegaram a esgotar em poucos minutos. Em um estande na estação de Auber todas as cópias foram vendidas em 10 minutos, segundo a dona do local. As informações são do jornal Lê Figaro.

Homem exibe edição da revista satírica

A capa traz a frase ;Tudo está perdoado;. Conforme havia sido divulgado na segunda-feira (12/1) pelos chargistas, há um desenho do profeta Maomé, com uma lágrima nos olhos e um cartaz com a frase "Je suis Charlie" ("Eu sou Charlie"). As três palavras se tornaram o lema das manifestações que lotaram as ruas da França no domingo (11/1), em homenagem às vítimas.

Pessoas aguardam do lado de fora de uma banca de jornais na cidade de Dunquerque



O folhetim será traduzido em cinco línguas - incluindo em árabe e turco. Segundo o jornal, foram distribuídos 3 milhões de exemplares, bem acima dos 60 mil usuais. Em caráter excepcional, esta edição ficará à venda por duas semanas em mais de 20 países. Gérard Biard, chefe de redação do semanário, disse que o Maomé apresentado na capa é "muito mais simpático que o empunhado pelos homens que dispararam". O cartunista Luzier, conhecido como Luz e autor das imagens da capa e da contracapa, disse que o Maomé apresentado "é, antes de tudo, um homem que chora". Ele chorou durante a entrevista coletiva, nessa terça-feira (13/1).

Após os ataques, os sobreviventes da Charlie Hebdo estão com sede temporária no diário francês Libération.

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