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Jornal turco publica capa da Charlie Hebdo com charge de Maomé

A polícia turca mobilizou nesta quarta-feira um grande dispositivo de segurança diante da sede do jornal em Ancara, por medo de manifestações hostis

Agência France-Presse
postado em 14/01/2015 09:25
O jornal opositor turco Cumhuriyet publicou nesta quarta-feira a capa com uma charge do profeta Maomé do primeiro número da revista satírica francesa Charlie Hebdo lançado após o atentado da semana passada.

O jornal publicou quatro páginas traduzidas ao turco, integradas em um caderno central do jornal, que inclui os artigos e caricaturas mais importantes do número desta quarta-feira.

Entre os desenhos figura a capa do chargista Luz, que mostra o profeta Maomé com um cartaz com a frase "Je suis Charlie", o slogan dos milhares de manifestantes que marcharam na França e no exterior para condenar os atentados da semana passada, que provocaram a morte de 17 pessoas em três dias.

Em um breve comentário, o editorialista político do Cumhuriyet, Hikmet Cetinkaya, descreve sobriamente a charge. "Repito mais uma vez, o terrorismo é um crime contra a humanidade, seja qual for sua origem", escreve Cetinkaya.

"Por isso o profeta tem em sua mão um cartaz que diz ;Eu sou Charlie;", acrescenta o editorialista.

A publicação deste caderno especial, anunciada na véspera, foi fortemente vigiada pelo governo islamita-conservador turco, que no passado denunciou as provocações da revista francesa.

O jornal turco anunciou em seu site que a polícia havia se dirigido a sua gráfica em Istambul para examinar o conteúdo do caderno.

A polícia turca mobilizou nesta quarta-feira um grande dispositivo de segurança diante da sede do jornal em Ancara, por medo de manifestações hostis.



A direção do Cumhuriyet havia decidido em um primeiro momento publicar todo o número da Charlie Hebdo, mas após uma discussão a redação decidiu limitá-la a quatro páginas.

O Cumhuriyet, forte opositor ao presidente turco Recep Tayyip Erdogan, sofreu nos últimos anos diversos atentados e muitos de seus jornalistas foram detidos.

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