Agência France-Presse
postado em 14/01/2015 13:39
Beirute, Líbano - Os jihadistas e grupos islâmicos executaram desde meados de julho na Síria sete homens e sete mulheres por "adultério ou homossexualidade, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). A última vítima é uma mulher acusada de "infidelidade" que foi morta pela Frente Al-Nosra, uma facção síria da Al-Qaeda, na província de Idleb (noroeste), de acordo com a ONG que conta com uma ampla rede de militantes e fontes médicas no país.[SAIBAMAIS]Em um vídeo postado na internet pelo Observatório, um grupo de combatentes da Al-Nusra amarram uma mulher antes de matá-la a tiros a cidade de Maaret Noomane. A morte ocorreu diante de uma multidão de civis e combatentes, enquanto um jihadista acusa a mulher de "adultério". O OSDH relatou outras 13 execuções por adultério ou homossexualidade desde julho. Entre eles está um homem também acusado de adultério e que foi apedrejado até a morte no ano passado pela Frente Al-Nusra e outros grupos islâmicos em Saraqeb, na província de Idleb.
O grupo jihadista Estado Islâmico (EI), por sua vez, assassinou três mulheres pelo mesmo motivo e dois homens "por práticas indecentes com outros homens". Um grupo islamita na província de Aleppo e o EI de Deir Ezzor (leste) jogaram um homem de um prédio antes de apedrejá-lo por homossexualidade. Outros grupos mataram três mulheres na província central de Hama por adultério, uma delas foi apedrejada por seu próprio pai.
O diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, afirmou à AFP que houve, certamente, outras execuções na Síria, mas que não haviam sido documentadas. O EI surgiu durante a guerra na Síria, na primavera de 2013, e proclamou um califado nas grandes áreas conquistadas no Iraque e na Síria.