Paris- Centenas de exemplares da última edição do jornal Charlie Hebdo, que rapidamente se esgotou na França, estão sendo vendidos nesta quarta-feira (14/1) a preços delirantes na internet, o que despertou a ira dos partidários do semanário satírico, vítima de um ataque jihadista na semana passada.
[SAIBAMAIS]A revista fez grande sucesso nesta quarta-feira na plataforma de vendas online eBay, apesar de uma tiragem adicional ter sido anunciada, elevando a cinco milhões o número de exemplares vendidos em bancas de jornal a um preço de três euros.
As ofertas mais desmedidas propõem preços que vão desde várias centenas de euros a dezenas de milhares de euros para a "compra imediata" de "uma revista nova (...) em perfeitas condições". Cópias digitais piratas deste número, produzido pelos sobreviventes do ataque que dizimou a redação da revista no dia 7 de janeiro, circulavam em vários sites de download ilegais, verificou a AFP.
Leilões por edições anteriores da Charlie Hebdo também dispararam na semana passada no eBay, logo após o ataque. "O que acontece no eBay (...) é absolutamente indecente", denunciou à AFP Christophe Deloire, secretário-geral da organização Repórteres Sem Fronteiras.
O eBay anunciou que iria retirar "as revistas digitalizadas e oferecidas em formato PDF do site", dizendo que devolveria "integralmente a Charlie Hebdo quaisquer taxas cobradas pelas vendas de produtos (com os slogans) ;Charlie Hebdo; e ;Je suis Charlie"