Agência France-Presse
postado em 14/01/2015 19:34
Berlim- O governo alemão anunciou, nesta quarta-feira (14/1), que aumentará as restrições a viagens para impedir que potenciais jihadistas embarquem para a Síria, ou para o Iraque, após os atentados em Paris na semana passada. O novo texto deve ser examinado pelo Parlamento na semana que vem.A lei alemã já permitia confiscar os passaportes dos suspeitos, mas a nova legislação também vai autorizar a apreensão dos documentos de identidade. Hoje, é possível viajar dentro da União Europeia e para a Turquia apenas com esses papéis, sem o passaporte. O documento confiscado será substituído por outro, escrito em vários idiomas e válido por um período máximo de 18 meses, informando que seu detentor está proibido de viajar.
"O objetivo é impedir as viagens de gente que procura ir para zonas de combate - na Síria, por exemplo", explicou à imprensa Steffen Seibert, porta-voz da chanceler Angela Merkel, após a adoção do texto no Conselho de Ministros.
Mais de 600 alemães foram combater na Síria e no Iraque, e pelo menos 60 morreram, publicou o jornal "Rheinische Post", citando fontes dos serviços de Segurança. Acredita-se que cerca de 180 desses indivíduos tenham retornado para a Alemanha. Pelo menos 20 pessoas conseguiram chegar a zonas de combate com sua carteira de identidade depois de terem o passaporte confiscado, estimou o governo, de acordo com a edição de terça-feira do jornal "Die Welt".
O Ministério do Interior afirmou que a maioria viajou para a Turquia e, depois, cruzou a fronteira com a Síria. Outros passaram pela Bélgica, ou pela Holanda, para tentar burlar a vigilância. O governo também pretende penalizar os preparativos de viagem para uma zona de combate jihadista, ou para o envio de armas. Esse adendo modificaria uma lei de 2009 que punia quem tivesse cometido esse tipo de crime em seu retorno à Alemanha.
A lei penalizará, por exemplo, suspeitos que tentarem sair da Alemanha com armas, coletes à prova de balas, ou equipamentos de visão noturna. O ministro alemão da Justiça, Heiko Maas, anunciou ainda que vão aumentar as penas em caso de financiamento de atos de terrorismo, mesmo que se trate de valores muito baixos.