Agência France-Presse
postado em 14/01/2015 19:41
Washington- A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (14/1) medidas que bloqueiam diversos aspectos das medidas executivas anunciadas pelo presidente Barack Obama em benefício de imigrantes em situação irregular.Os legisladores aprovaram - por 236 votos a 191 - o orçamento do departamento de Segurança Interna até o dia 30 de setembro, quando termina o ano fiscal de 2015, mas incluíram emendas que bloqueiam as iniciativas de Obama para oferecer uma solução a milhões de imigrantes em situação ilegal.
Por iniciativa da maioria republicana, a Câmara congelou, inclusive, o programa lançado por Obama em 2012 que protegia da deportação crianças estrangeiras em situação irregular nos EUA. "Não consideramos estas medidas banais, mas simplesmente não há alternativa", disse o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, para quem as decisões de Obama são "uma afronta ao império da lei e à Constituição".
De acordo com o Instituto Pew Research Center, cerca de 11,3 milhões de estrangeiros em situação ilegal viviam nos Estados Unidos em março de 2013. A última grande reformulação da lei imigratória no país data de 1986. Desde então, todas as tentativas de uma revisão fracassaram, fundamentalmente devido à oposição conservadora.
A Casa Branca já informou que vetará as emendas, que de qualquer maneira dificilmente passarão no Senado, onde os democratas são minoria mas têm um número suficiente para bloquear sua aprovação.
"Os republicanos estão à frente do Congresso há apenas uma semana e já empreendem uma batalha política desnecessária, que coloca em risco as operações do departamento de Segurança Interna e nossa segurança nacional", disse nesta quarta-feira o líder dos democratas no Senado, Harry Reid.
Os republicanos esperam colocar Obama em um dilema: promulgar a lei do orçamento e abandonar seu plano de regularização dos imigrantes, ou vetar a lei e se arriscar a uma paralisia na segurança nacional, em meio ao contexto dos recentes atentados na França. Agora, o Congresso tem até o dia 27 de fevereiro para aprovar, de forma definitiva, o orçamento do departamento de Segurança Interna.