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Estados Unidos enviam cinco prisioneiros de Guantánamo a Omã e Estônia

Trata-se da primeira transferência realizada neste ano da prisão aberta após os atentados de 11 de setembro de 2001

Agência France-Presse
postado em 15/01/2015 08:06
Os Estados Unidos transferiram cinco presos do centro de detenção de Guantánamo (ilha de Cuba), quatro deles para Omã e o outro à Estônia, anunciou na quarta-feira o Pentágono.

Os cinco presos transferidos conseguiram superar com "aprovação por unanimidade" a análise de seus casos realizada por várias agências do governo americano.

Trata-se da primeira transferência realizada neste ano da prisão aberta após os atentados de 11 de setembro de 2001, à qual o presidente Barack Obama se comprometeu a fechar antes de concluir seu segundo mandato. Após as transferências de quarta-feira, são 122 os detidos que permanecem em Guantánamo, em sua maioria iemenitas.

No total, em 2014 foram transferidos 28 prisioneiros de Guantánamo, incluindo seis que foram recebidos pelo Uruguai, o segundo país latino-americano que admitiu receber detidos desta prisão depois de El Salvador, que em 2012 recebeu como refugiados dois presos uigures, que deixaram posteriormente o país.

O responsável americano por negociar com os países que recebem os detidos da prisão de Guantánamo renunciou em dezembro após 18 meses no cargo.

Segundo a imprensa, Cliff Sloan estava frustrado pelo fato de que apenas um pequeno número de detidos foram considerados "libertáveis" pelo Pentágono.

Entre os 122 prisioneiros que continuam na prisão, ao menos 15 são classificados como detidos de "alto valor", entre eles o autor intelectual dos ataques de 2001, Khalid Sheikh Mohamed, e o indonésio Riduan bin Isomuddi, descrito como o "Osama Bin Laden do Sudeste da Ásia".

O Vaticano manifestou recentemente aos Estados Unidos que está disposto a ajudar a buscar soluções humanitárias adequadas para os detidos em Guantánamo, explicou o padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, após a reunião de 15 de dezembro entre o secretário de Estado americano, John Kerry, e seu colega, o cardeal Pietro Parolin.

Vários senadores republicanos apresentaram nesta semana um projeto de lei para que a transferência dos presos de Guantánamo leve ao menos dois anos, argumentando que sua libertação só leva a mais ataques.

"Sabemos, de fato, que 30% dos libertados voltaram à luta, e normalmente a um alto nível porque é um sinal de honra ter estado preso em Guantánamo", expressou o senador John McCain, um dos autores da proposta.



McCain, um senador pelo Arizona que nasceu em 1936 no Panamá e que foi prisioneiro de guerra no Vietnã, disse que os republicanos estão dispostos a considerar qualquer plano de Obama que conduza a um fechamento responsável de Guantánamo. "Em mais de seis anos, esta administração nunca apresentou um plano concreto e coerente", questionou McCain na terça-feira.

O Congresso, dominado pela oposição republicana, se negou a aprovar uma transferência dos presos de Guantánamo a solo americano para que sejam julgados por um tribunal ordinário, como Obama chegou a propor.

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