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Fórum de Davos destaca desaceleração da economia e mudanças climáticas

Nos debates de hoje (21), líderes políticos de vários países abordaram o desafio do crescimento econômico

postado em 21/01/2015 19:22
O clima frio dos Alpes suíços contrasta com o calor dos debates sobre os principais desafios globais. No primeiro dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, questões como o conflito no Leste da Ucrânia, a falta de recursos para combate ao ebola, a estagnação econômica da Zona do Euro e a urgência das mudanças climáticas fizeram parte da agenda.

Mais de 2,5 mil líderes políticos, homens de negócios, cientistas e formadores de opinião participam da 45; edição do Fórum. Entre eles, alguns dos mais ricos do mundo. Nos quatro dias do evento, que termina no próximo sábado (24), além do crescimento econômico, outra questão considerada prioritária é a redução da desigualdade, que afeta inclusive nações mais prósperas. Relatório da organização não governamental britânica Oxfam, divulgado na véspera do evento, mostrou que até o ano que vem, os 1% mais ricos do mundo terão mais posses que os outros 99% juntos.

Nos debates de hoje (21), líderes políticos de vários países abordaram o desafio do crescimento econômico. O premiê chinês, Li Keqiang, acredita que a China continuará sofrendo pressões este ano, mas assegurou que o governo está trabalhando em reformas estruturais para evitar a desaceleração da economia. Já o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, acha que a Europa precisa focar suas políticas na indução do crescimento, e não na austeridade e no controle da economia. ;O futuro é hoje, não amanhã. Quero que a Itália seja um laboratório de inovação, não um museu;, disse ele.


O cenário, para muitos executivos, não é de otimismo. Levantamento feito com cerca de 1.300 homens de negócios de 77 países, pela consultoria PwC (sigla em inglês da PricewaterhouseCoopers), mostra que apenas 37% deles acham que a economia vai melhorar - 7% a menos que no ano passado. A pesquisa, divulgada na abertura do Fórum Econômico Mundial, também aponta que o interesse dos investidores pelo Brasil continua em queda - baixou de 15%, em 2013, para 12%, em 2014, e está em 10%.

Este ano, há expectativa de que temas como o terrorismo e os conflitos geopolíticos e religiosos, que marcam o atual contexto mundial, tomem parte significativa nos debates. Hoje, o presidente da Ucrânia, Pedro Poroshenko, teve que deixar o evento antes do esperado, por causa do agravamento dos conflitos entre o Exército ucraniano e forças separatistas no Leste do país. Antes de deixar Davos, porém, ele fez um discurso pedindo que a Rússia retire suas tropas do território ucraniano e pare de apoiar grupos rebeldes, cumprindo o acordo de Minsk, assinado em setembro do ano passado.

Nas mudanças climáticas, o destaque desta quarta-feira foi para o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, que acompanhado pelo popstar norte-americano, Pharrell Williams, anunciou mais uma edição do concerto musical Live Earth (a última foi em 2007) no dia 18 de junho, em seis cidades: Paris, Nova York, Rio de Janeiro, Pequim, Sydney e Cidade do Cabo, com uma edição especial na Antártida. O objetivo é elevar a urgente questão das mudanças climáticas para o topo da agenda mundial, às vésperas da 21; Conferência do Clima, em Paris, no mês de dezembro. ;Queremos ter 1 bilhão de vozes e uma só mensagem. Queremos ação climática agora;, disse Al Gore.

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