Agência France-Presse
postado em 22/01/2015 18:51
O presidente americano, Barack Obama, não se reunirá com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, durante viagem dele aos Estados Unidos em março, anunciou a Casa Branca nesta quinta-feira."O presidente não se reunirá com o primeiro-ministro Netanyahu devido à proximidade das eleições em Israel", que serão celebradas em 17 de março e nas quais o premiê de Israel tentará e reeleição, explicou Bernadette Meehan, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.
Não se reunir com candidatos a uma eleição quando estão em campanha é "um princípio e uma prática incomum", acrescentou a porta-voz.
Na quarta-feira, o presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, um proeminente adversário de Obama, convidou Netanyahu para discursar no Congresso em 11 de fevereiro, uma iniciativa que pegou a Casa Branca de surpresa. O premiê deve participar de uma sessão sobre o Irã e seu controverso programa nuclear, coincidindo com ameaças de vários representantes do legislativo americano de votar novas sanções contra Teerã.
Mas nesta quinta, Boehner informou que a data tinha sido adiada para março a pedido de Netanyahu para permitir ao premiê participar da conferência anual do Comitê de Relações Públicas Americano-israelense, um grupo de apoio a Israel sediado em Washington.
O tema é delicado para a Casa Branca que, ao lado de seus aliados europeus, está comprometida na fase crítica das negociações com o Irã para chegar a um acordo sobre seu programa nuclear.
Os aliados de Obama temem que a viagem possa ser usada por Israel e pelos republicanos, que controlam o Congresso, para calnçar um acordo e minar as conversações logo quando parecem prestes a render frutos.
Nesta quarta-feira, a Casa Branca deu uma resposta fria à notícia da visita de Netanyahu aos Estados Unidos, destacando que não informar primeiro ao Executivo foi uma quebra de protocolo.
Netanyahu e seus anfitriões no Congresso expressaram ceticismo sobre a possibilidade de se alcançar um acordo com o Irã, argumentando que não é possível confiar em que o país cumpra seus compromissos.
Quatro diplomatas europeus, inclusive a chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, fizeram um apelo conjunto ao Congresso nesta quinta-feira, apoiando a posição de Obama.
Os negociadores esperam definir as linhas gerais do acordo até 31 de março.
A Casa Branca disse que Obama e Netanyahu tiveram várias conversas sobre o tema do Irã. "Estou certo de que eles (os presidentes) continuarão em contato sobre este e outros assuntos importantes", disse Meehan.