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Morre aos 91 anos o rei Abdullah, da Arábia Saudita

O meio-irmão do falecido monarca, Moqren, foi nomeado príncipe-herdeiro

Agência France-Presse
postado em 22/01/2015 22:02
O meio-irmão do falecido monarca, Moqren, foi nomeado príncipe-herdeiroRiad, Arábia Saudita - O rei Abdullah bin Abdulaziz, da Arábia Saudita, morreu nesta sexta-feira (23/1) (hora local, noite de quinta no Brasil) e será substituído no trono por seu meio-irmão, o príncipe-herdeiro Salman, informou em um comunicado oficial o reino integrante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Ainda segundo o comunicado, outro meio-irmão do falecido monarca, Moqren, foi nomeado príncipe-herdeiro.

O rei Abdullah, que se acreditava estar com cerca de 90 anos, foi hospitalizado em 31 de dezembro passado com pneumonia e respirava com a ajuda de aparelhos. Ele morreu na sexta-feira (hora local) "à 1h (20h na quinta-feira, hora de Brasília)" e será sepultado após as orações da tarde na Arábia Saudita, acrescentou o comunicado. Nos últimos anos, sua idade avançada e sua saúde precária despertaram preocupações sobre a futura liderança de um dos principais produtores mundiais de petróleo. Abdullah chegou ao trono após a morte de seu meio-irmão Fahd, embora já dirigisse o trono, "de facto", desde 1995.

O meio-irmão de Abdullah, Salman, de 79 anos, tinha sido nomeado príncipe-herdeiro em junho de 2012, depois da morte do príncipe Nayef bin Abdulaziz. Salman representava o rei na maior parte dos eventos públicos recentes por causa da saúde precária do monarca. Em março de 2014, o rei Abdullah nomeou outro meio-irmão, o príncipe Moqren, como segundo na sucessão do trono saudita, uma manobra sem precedentes que teve como objetivo superar obstáculos relacionados com a sucessão. Moqren, que nasceu em 1945, é o filho mais jovem de Abdulaziz.

Desde o falecimento, em 1952, do rei Abdulaziz al-Saud, fundador da Arábia Saudita, o trono foi passando, sistematicamente, de um de seus filhos para o outro. Muitos deles estão com idade bastante avançada, ou já faleceram. Os antigos príncipes herdeiros Sultan e Nayef morreram, respectivamente, em 2011 e 2012.

Obama e Hollande manifestam pesar
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, homenageou o rei Abdullah, após o anúncio de seu falecimento. "Como líder, ele era sempre sincero e tinha a coragem de suas convicções", afirmou Obama, em nota, descrevendo sua "verdadeira e calorosa amizade" com o rei. "Como nossos países trabalharam juntos para enfrentar muitos desafios, sempre valorizei a perspectiva do rei Abdullah e apreciei sua verdadeira e calorosa amizade", destacou Obama. "A proximidade e a força da parceria entre nossos dois países é parte do legado do rei Abdullah", continuou o presidente americano.

Durante o reinado de Abdullah, que atravessou pela Primavera Árabe e por múltiplas guerras que afetaram o Oriente Médio, Arábia Saudita e Estados Unidos se mantiveram como leais aliados. O presidente francês, François Hollande, também se manifestou e saudou "a memória de um estadista, cuja ação marcou profundamente a história de seu país". "Sua visão de uma paz justa e estável no Oriente Médio continua estando mais atual do que nunca", afirma a nota de pêsames divulgada pelo Palácio do Eliseu.

A notícia do falecimento do rei saudita impactou o preço do petróleo, que avançou, nesta sexta, em Nova York. O barril "light sweet crude" (WTI) para entrega em março ganhava US$ 0,93 (2,01%), a US$ 47,24, nas primeiras negociações eletrônicas na Ásia, após ter subido 3,1%, em Nova York. Já o barril de Brent do Mar do Norte para entrega no mesmo vencimento chegava a US$ 49. A Arábia Saudita é o primeiro exportador mundial da commodity.

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