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Parlamento aprova impeachment da ex-primeira-ministra da Tailândia

A medida foi aprovada com 190 votos a favor, 18 contra e 8 abstenções

Agência France-Presse
postado em 23/01/2015 12:57
Bangcoc, Tailândia - O parlamento tailandês nomeado pela junta militar aprovou nesta sexta-feira (23/1) o impeachment durante cinco anos da ex-primeira-ministra Yingluck Shiwantra. A medida foi aprovada com 190 votos a favor, 18 contra e 8 abstenções. Antes, o ministério Público anunciou que Shinawatra será indiciada por corrupção, crime que prevê pena de até dez anos de detenção. "O Ministério Público estudou os testemunhos e provas submetidos à Comissão Anticorrupção. Estamos de acordo em que o caso permite processar Yingluck", disse o procurador Surasak Threerattrakul à imprensa.

[SAIBAMAIS]O anúncio aconteceu no mesmo dia em que a Assembleia Nacional, composta por membros nomeados pela junta que deu o golpe de estado em maio de 2014 contra o Governo de Yingluck, decidiu a proibição de sua atuação na vida política durante cinco anos. Yingluck declarou na véspera, diante da Assembleia, sua inocência e disse que o impeachment não se funda em nenhum texto da lei já que a junta revogou a Constituição.



A Comissão Anticorrupção, ligada aos militares, acusa Yingluck de negligência no quadro de um programa de subsídio aos produtores de arroz que leva o Governo a comprar arroz 50% mais caro que o preço do mercado. Yingluck é irmã do ex-dirigente multimilionário Thaksin Shinawatra. A junta tailandesa é acusada de pretender eliminar o influente clã Shinawatra da vida política e, segundo os analistas, a proibição da vida política e a acusação de Yingluck fazem parte do processo.

A Tailândia, profundamente divida entre seguidores e adversários dos Shinawatra, vive uma crise política recorrente desde o golpe de Estado de 2006 contra Thaksin Shinawatra, que se exilou para evitar a prisão. Os partidos pro-Taksin ganham todas as eleições legislativas há mais de 10 anos, apoiados sobretudo pelos prdtutores de arroz do norte e nordeste do país, mas as elites tradicionais acusam há anos a família Shinawatra de corrupção.

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