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Gregos vão às urnas neste domingo em legislativas cruciais para o país

O Syriza, liderado pelo eurodeputado Alexis Tsipras, de 40 anos, lidera as pesquisas

Atenas, Grécia - As assembleias de voto abriram neste domingo (25/1) na Grécia para eleições legislativas cruciais, que tem como favorito o partido Syriza, contrário à austeridade. Um total de 9,8 milhões de eleitores podem votar até às 17h GMT (15h de Brasília) para eleger 300 deputados. A abertura das urnas ocorreu às 5h GMT (3h de Brasília). O Syriza, liderado pelo eurodeputado Alexis Tsipras, de 40 anos, lidera as pesquisas, com uma vantagem de 2,9 a 6,7 pontos percentuais em relação ao conservador Nova Democracia (ND), do primeiro-ministro Antonis Samaras.



As medidas adotadas incluem uma queda significativa dos salários, em alguns casos pela metade, e um aumento dramático do desemprego, que atualmente é de mais de 25% da força de trabalho. O discurso de Samaras tem dado frutos entre seus adeptos. No entanto, à luz das pesquisas, são mais numerosos aqueles que preferem ouvir Tsipras quando ele diz que, se vencer, a troika acabará.

[SAIBAMAIS]Os eleitores de Nea Smyrni, no sul de Atenas, expressam as dúvidas de muitos gregos no momento da votação. Anna, uma professora aposentada de 65 anos, disse que votaria em Nova Democracia porque Syriza "é assustador". Por sua vez, Elli, um estudante de 20 anos, votou no Syriza na esperança de "melhorar a situação" na Grécia e na Europa. A eleição grega também dá esperanças aos partidos da esquerda radical na Europa, especialmente na Espanha, onde o partido Podemos, surgido a partir do movimento Occupy, tem crescido.

Os países da União Europeia têm, aparentemente, se resignado a uma vitória da esquerda. "O povo grego escolherá livremente e de forma independente o caminho a percorrer. Eu tenho certeza que vamos encontrar soluções com calma", declarou a chanceler alemã, Angela Merkel, mal vista na Grécia por sua política em favor da austeridade. O Syriza espera garantir uma maioria absoluta no novo Parlamento, com 151 de um total de 300, graças aos mais de 50 lugares atribuídos ao partido mais votado.

Para atingir a meta, precisa de pelo menos 36% dos votos e que 12% dos votos se dividam entre os pequenos partidos que não alcancem o mínimo de 3% necessário para participar da distribuição de assentos. Se não conquistar uma maioria absoluta, Tsipras terá que formar uma aliança. Como possível aliado figura o To Potami (O Rio), fundado há apenas um ano, que pretende ser o terceiro partido da Grécia. Pesquisas atribuem a ele 6% dos votos.

Outro partido que aspira um terceiro lugar é a formação neonazista Amanhecer Dourado. Apesar de ter sete deputados e dezenas de seus membros presos sob a acusação de "pertencer a uma organização criminosa", o Amanhecer Dourado mantém uma alta intenção de voto. Em caso de fracasso na formação de um governo, os gregos terão de votar novamente em março.