A nevasca histórica que atinge o noroeste dos Estados Unidos obrigou as companhias aéreas que fazem voos entre o Brasil e os Estados Unidos a cancelar os voos que iriam para Nova York.
A TAM informou que sete voos com destino ao aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York, foram cancelados. A companhia disse ainda que os clientes que tiveram voos impactados podem remarcar a data da viagem para os próximos 20 dias, sem custos adicionais.
A America Airlines e a Delta Air Lines também tiveram voos cancelados. De acordo com as companhias os passageiros com voos programados para este destino serão contatados para reacomodação.
Nova York e a costa nordeste americana se fecharam, nesta segunda-feira, (26/01), ante a chegada de uma enorme tempestade de neve, que provocou o cancelamento de milhares de voos e medidas preventivas excepcionais, depois que as autoridades alertaram para uma das nevascas "mais fortes já vistas".
Na cidade de Nova York, a tempestade começou no meio da tarde e a neve, as nuvens e a neblina só permitiam ver os arranha-céus do centro de Manhattan, constatou a AFP. Os prognósticos mais pessimistas falam de até 90 centímetros de neve, o que seria um recorde para a metrópole.
A tempestade, chamada "Juno" e que estaria acompanhada de ventos fortíssimos de até 120 km/h em algumas regiões, deve causar intensas quedas de neve no nordeste dos Estados Unidos, anunciou o instituto de meteorologia nacional, que emitiu o alerta de tempestade para Nova York e Boston até a fronteira canadense.
A chegada da tempestade provocou o caos no tráfego aéreo americano. À tarde, havia mais de 6.300 cancelamentos de voos entre a segunda e a terça-feira, a maioria nos três aeroportos nova-iorquinos (JFK, Newark e La Guardia), segundo o site especializado Flightware.
"Esta pode ser uma das maiores tempestades de neve da história de Nova York", disse o prefeito Bill de Blasio, anunciando estritas medidas de prevenção, entre elas a proibição de circulação a carros particulares pelas ruas e estradas da cidade a partir das 23H00 locais (02H00 de terça-feira, horário de Brasília).
O governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, disse, em coletiva de imprensa, que o metrô, usado diariamente por milhões de nova-iorquinos, funcionaria normalmente até o início da noite e que depois terá funcionamento limitado.
[SAIBAMAIS]O trem de subúrbio PATH, que liga Nova York à vizinha Nova Jersey, cruzando o rio Hudson, também interromperá seus serviços à noite.
Cuomo declarou estado de emergência em vários condados, inclusive os que abrangem Manhattan e várias regiões de Long Island, a grande ilha ao leste da cidade.
De Blasio anunciou um aumento do serviço de ambulâncias e um número maior de policias nas ruas. As escolas ficarão fechadas nesta terça-feira.
A sede da ONU, em Nova York, fechou na tarde desta segunda-feira e só reabrirá as portas na quarta-feira.
Broadway às escuras
O recorde histórico para Nova York é de um acúmulo de 68 centímetros no Central Park em 16 horas entre 11 e 12 de fevereiro, segundo a Agência de Gestão de Emergência da cidade.
Inquieta com o prognóstico, a população se apressou em comprar equipamentos para lidar com a neve, como pás, sal para as ruas e raquetes para o gelo.
No centro da cidade, filas se formaram nos supermercados desde a noite de domingo para comprar suprimentos.
Todos os shows da Broadway foram cancelados, assim como o programa da Metropolitan Opera House e os jogos previstos da liga de basquete profissional, a NBA.
O Departamento de Transporte estadual mobilizou equipamento adicional a Long Island (leste) e o vale do rio Hudson, que corta Nova York de norte a sul, com mais de 600 tratores de neve e 1.300 funcionários ativos.
Em Nova Jersey e Connecticut, as autoridades decidiram pelo fechamento total ou antecipado de algumas escolas nesta segunda-feira.
O presidente americano, Barack Obama, que está em viagem na Índia, foi informado da intensa queda de neve que se espera no nordeste do país, principalmente de Nova York até Boston, indicou a Casa Branca.
"Funcionários da Casa Branca fizeram contato com as autoridades locais ao longo da costa leste para garantir que não dispõem dos recursos necessários para se preparar e reagir imediatamente à tempestade", declarou John Earnest, porta-voz do Executivo americano.
No total, mais de 50 milhões de pessoas podem ser afetadas por esta tempestade de neve, que poderia paralisar o transporte.