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Palestinos protestam diante da sede da ONU em Gaza por corte de fundos

"Ainda não temos onde viver", gritavam os manifestantes, que tentaram entrar no prédio

Agência France-Presse
postado em 28/01/2015 10:18
Dezenas de manifestantes tentaram nesta quarta-feira invadir a sede das Nações Unidas em Gaza depois que a ONU afirmou não dispor de fundos para a reconstrução do território gravemente afetado pela mais recente guerra com Israel.

Cerca de 200 pessoas se concentraram durante do prédio Agência das Nações Unidas para os Refugiados (UNRWA), na Cidade de Gaza, onde queimaram pneus e jogaram pedras.

"Ainda não temos onde viver", gritavam os manifestantes, que tentaram entrar no prédio. A polícia da Faixa de Gaza, controlada pelo movimento islamita Hamas, dispersou a manifestação.

A ONU anunciou na terça-feira a suspensão da ajuda a dezenas de milhares de palestinos para restaurar suas casas ou pagar o aluguel em Gaza depois da guerra com Israel, alegando que os doadores não cumpriram os compromissos financeiros.

"Em outubro foram prometidos 5,4 bilhões de dólares na conferência do Cairo" para a reconstrução do território depois da guerra de julho e agosto de 2014, mas, "de certa forma, nenhuma desta ajuda chegou a Gaza. É doloroso e inaceitável", afirmou em um comunicado Robert Turner, diretor em Gaza da UNRWA.

A agência faz um apelo urgente para arrecadar 100 milhões de dólares para o primeiro trimestre do ano. Também adverte para o risco de desestabilização deste pequeno reduto atingido pela pobreza e pelo desemprego e sob o controle do movimento islamita Hamas.

Mais de 96 mil casas foram atingidas ou destruídas durante a guerra entre tropas israelenses e combatentes palestinos, lembra a UNRWA. São necessários 720 milhões de dólares para responder às necessidades, disse, acrescentando que por enquanto recebeu apenas 135 milhões.



Ainda resta parte do dinheiro dedicado à reconstrução das casas completamente destruídas, mas a parcela destinada à reparação das residências ou ao pagamento de aluguéis para as pessoas que ficaram desabrigadas se esgotou, afirma a agência.

Cerca de 100.000 pessoas permanecem sem lar desde o conflito de 50 dias, no qual morreram 2.200 palestinos e 73 israelenses.

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