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Polícia italiana faz operação contra rede da máfia na Calábria

No total, 116 pessoas foram detidas em Bolonha. Entre os detidos figura um vereador regional do Força Itália, o partido do magnata Silvio Berlusconi

Agência France-Presse
postado em 28/01/2015 15:15
A polícia italiana anunciou nesta quarta-feira uma grande operação contra a máfia calabresa, a ;Ndrangheta, durante a qual mais de 160 pessoas foram detidas, a maioria residentes na próspera região de Emilia Romaña, no norte da península.

Durante a operação, que mobilizou 1.000 policiais e que contou com a ajuda de helicópteros, foram detidos seis chefes mafiosos e desbaratada a rede mafiosa que operava na industrializada região de Emilia Romaña, historicamente conhecida por votar a favor da esquerda.

No total, 116 pessoas foram detidas em Bolonha, a capital. Entre os detidos figura um vereador regional do Força Itália, o partido do magnata Silvio Berlusconi, um jornalista da televisão local e o pai do jogador de futebol italiano Vincenzo Iaquinta, empresário.

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"Foi uma operação que não hesito em classificar como histórica, sem precedentes, imponente e decisiva para o combate judicial da máfia no norte do país", declarou Franco Roberti, procurador nacional antimáfia, em uma coletiva de imprensa. Trata-se de uma organização criminosa "muito perigosa, que está profundamente enraizada no tecido econômico e empresarial de Emilia Romaña", explicou.

Segundo o procurador de Bolonha, Roberto Alfonso, há 20 anos a ;Ndrangheta se espalhou a estas regiões industrializadas do norte, se infiltrando nas empresas, sobretudo as do setor da construção, assim como na administração local e nas forças de ordem. "Trata-se de uma máfia de empresários", explicou.

A organização calabresa, cuja zona de atuação predominante era a Calábria, no sul, se converteu na máfia mais poderosa da Itália desde os anos 90 graças ao tráfico ilegal de drogas e as suas conexões com a América Latina, e à lavagem de dinheiro através de empresas aparentemente legais dedicadas à construção, restaurantes e supermercados.

Os chefes das principais famílias e intermediários importantes dentro da organização viajam da Calábria ao norte da Itália para participar das cerimônias de filiação em centros industriais, segundo denúncias feitas em novembro pelas autoridades italianas, que gravaram inclusive os rituais secretos.

Os detidos foram acusados de associação mafiosa, extorsão, usura, uso de armas proibidas e de capitais de origem ilícita, emissão de notas falsas e outros crimes agravados para favorecer as atividades da organização.

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