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Primeiro julgamento britânico por mutilação sexual absolve médico

Reino Unido não permite que cidadãos ou residentes britânicos realizem o procedimento nem em outros países

Agência France-Presse
postado em 04/02/2015 19:30
Um tribunal de Londres absolveu nesta terça-feira (03/02) um médico, acusado de praticar mutilação genital, no primeiro julgamento no Reino Unido dedicado a este rito considerado tradicional em muitos países, sobretudo da África. Dhanuson Dharmasena, de 32 anos, disse ter se sentido "extremamente aliviado" com a decisão do júri, que só precisou deliberar durante 30 minutos.

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O médico expressou sua oposição a esta prática, mas alegou que não teve outra opção além de fazê-la. A mulher tinha 24 anos em 2012, quando ocorreram os fatos, e aos 6 anos, ainda na Somália, havia sido submetida à circuncisão feminina.

Para permitir à mulher dar à luz seu primeiro filho, Dharmasena retirou os pontos costurados quando ela era ainda uma menina em seus lábios genitais, e depois os costurou de novo, o que fez dele um suspeito de mutilação. Os críticos deste ritual questionaram porque a justiça escolheu um caso tão discutível para apresentar o tema à justiça pela primeira vez, quando há 170 mil mulheres submetidas a ele no país.

A lei anti-excisão, que visa a coibir esta prática, foi estendida em 2003 para torná-la um crime quando cidadãos ou residentes britânicos a realizarem mesmo em locais, sobretudo na África, onde é permitida. A pena máxima é de 14 anos de prisão.

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