Mundo

Argentinos vão às ruas exigir investigação sobre a morte de promotor

Nisman apareceu morto, quatro dias depois de denunciar a presidente Cristina Kirchner e outros funcionários de alto escalão do governo de acobertarem suspeitos iranianos

Agência France-Presse
postado em 05/02/2015 08:02
Cerca de duas mil pessoas marcharam nesta quarta-feira em Buenos Aires, do Congresso até a Casa de Governo, para exigir o esclarecimento da morte do promotor Alberto Nisman, que apareceu morto em 18 de janeiro com um tiro na cabeça.

Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, participa de reunião em Pequim, nesta quinta

"Chega de impunidade", dizia um cartaz levado à frente da multidão, que incluiu o Prêmio Nobel da Paz e renomado militante dos direitos humanos Adolfo Pérez Esquivel e representantes de setores sindicais da oposição e de partidos de esquerda.

O promotor investigava o atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994. Nisman apareceu morto, quatro dias depois de denunciar a presidente Cristina Kirchner e outros funcionários de alto escalão do governo de acobertarem suspeitos iranianos, acusados de envolvimento no episódio.

"Não sabemos se Nisman se suicidou ou se ;foi suicidado;", disse Pérez Esquivel à AFP, insistindo na necessidade de continuar as investigações.

No protesto, os ativistas também reivindicaram a criação, no Congresso Nacional, de uma comissão investigadora do atentado à Amia, que deixou 85 mortos e 300 feridos.



"Acho que vamos chegar à verdade, mas é preciso exigir dos deputados e senadores a criação de uma comissão investigadora independente e do governo que abra todos os arquivos de Inteligência", acrescentou Pérez Esquivel.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação