Agência France-Presse
postado em 05/02/2015 14:33
A Otan decidiu nesta quinta-feira reforçar a defesa em seus países membros do leste europeu, com uma nova força de 5.000 homens e seis centros de comando, uma resposta ao que o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, chamou de "agressão" da Rússia na Ucrânia."É uma resposta às ações agressivas da Rússia, que violou o direito internacional e anexou a Crimeia", declarou Stoltenberg ao chegar a uma reunião de ministros da Defesa da Otan, em Bruxelas. Stoltenberg insistiu que esta nova força expedicionária será totalmente defensiva e explicou que os ministros definiriam "a dimensão e composição da força", que deve ter a capacidade de ser "implantada em poucos dias". O principal componente desta força, que estará operacional em 2016, deverá ter "5.000 homens."
Desta maneira, a Aliança coloca em prática o que decidiram os chefes de Estado e de Governo durante a cúpula da Otan em Cardiff, em setembro. No entanto, para não ofuscar Moscou, que qualifica a Otan como uma "ameaça" para a sua segurança, as tropas dessa nova força expedicionária será mobilizada no oeste, mas poderá participar em exercícios militares nos países que antes faziam parte de Pacto de Varsóvia.
Simbolicamente, os ministros devem aprovar nesta quinta-feira a criação de "seis centros de comando" nos três países bálticos, Polônia, Romênia e Bulgária. Esses blocos terão cerca de 40 militares e serão responsáveis por organizar e facilitar os exercícios militares e, se necessário, o envio de uma força expedicionária.
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Este programa faz parte da modernização da "Força de Reação Rápida" da Otan, criada em 2003, mas considerada muito limitada e lenta. Stoltenberg disse que o seu contingente será aumentado para 30 mil militares. A força expedicionária também poderá ser implantada em outras partes, como no norte da África ou no Oriente Médio, segundo Stoltenberg.
O secretário-geral da Otan não se pronunciou sobre os pedidos de alguns países de enviar armas para a Ucrânia, afirmando que a decisão cabe, individualmente, a cada um dos 28 Estados-membros. Mas, no entanto, comemorou a visita a Kiev nesta quinta-feira e a Moscou na sexta-feira do presidente francês, François Hollande, e da chanceler alemã, Angela Merkel.