Ao menos 45 pessoas morreram nesta quinta-feira em bombardeios do governo sírio contra zonas controladas pelos rebeldes perto de Damasco, em resposta a um ataque com morteiros lançado pelos insurgentes, informou uma ONG.
No início da semana, os rebeldes do grupo Jaish al-Islam prometeram bombardear Damasco em represália aos ataques diários do regime de Bashar al-Assad na província da capital, reduto dos rebeldes.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), sete pessoas, incluindo um policial, morreram na capital quando 70 morteiros foram lançados em vários bairros. A Universidade de Damasco suspendeu suas aulas e convidou os estudantes a voltar para casa.
Em resposta, o regime lançou 40 ataques aéreos, matando ao menos 45 pessoas, incluindo seis crianças e seis mulheres, e deixando mais de 140 feridos em Duma, Erbine, Kafar Batna e Ain Tarma, quatro localidades da região rebelde de Ghuta Oriental, a leste de Damasco, de acordo com a ONG.
Leia mais notícias em Mundo
O regime fez estes ataques em resposta à ofensiva dos rebeldes sírios, que dispararam nesta quinta-feira uma chuva de morteiros sobre Damasco, deixando cinco mortos e paralisando a capital.
O bombardeio dos rebeldes contra a capital ocorre 48 horas após um chefe rebelde ameaçar com represálias os ataques diários do regime do presidente Bashar al-Assad na província de Damasco, reduto dos insurgentes.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), ao menos 63 morteiros lançados pelos rebeldes caíram sobre bairros da capital, alguns deles centrais, a partir das 08h00 locais (04h00 de Brasília), provocando o fechamento da Universidade de Damasco.
"Em apenas alguns minutos, nossa rua, muito movimentada, ficou vazia", declarou uma moradora de Baramké, um bairro do centro da cidade onde se localizam várias universidades e a sede da agência oficial Sana.
A Ghouta oriental, principal região rebelde da província de Damasco, sofre há mais de um ano um cerco impiedoso do exército. Neste setor situado a leste de Damasco dezenas de milhares de civis são afetados pela escassez de comida e medicamentos.
Desde o verão de 2012, a aviação síria ataca as zonas rebeldes. As organizações de defesa dos direitos humanos acusam as forças armadas de bombardear alvos civis e militares de forma indiscriminada.
Mais de 200.000 pessoas morreram na Síria desde que, em março de 2011, a brutal repressão de uma revolta popular contra o regime se converteu em guerra civil. O conflito se complicou com o surgimento de grupos jihadistas que lutam tanto contra as forças pró-governamentais quanto contra os grupos rebeldes.