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Boko Haram lança primeiros ataques no Níger

Parlamento do Níger se pronunciaria sobre envio de tropas à Nigéria para combater extremistas quando foram atacados

Agência France-Presse
postado em 06/02/2015 16:40
O grupo islamita Boko Haram lançou nesta sexta-feira (06/02) seu primeiro ataque de envergadura no Níger, com uma incursão à aldeia de Bosso, na fronteira com a Nigéria, no momento em que os exércitos da região se mobilizam contra os islamitas.

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A ofensiva ocorreu no momento em que o parlamento do Níger deveria se pronunciar sobre o envio de tropas à Nigéria para lutar contra os jihadistas do Boko Haram.

Os combates começaram nesta sexta-feira às 9H00 (06H00 de Brasília) na periferia de Bosso. A situação voltou à normalidade às 13H00 (10H00 de Brasília), segundo Yacouba Soumana Gaoh, governador de Diffa (sudeste), a capital regional. "Fala-se de muitas mortes do lado do Boko Haram", declarou uma fonte humanitária.

Um habitante, contactado pela AFP por telefone, declarou ter visto "ao menos dez corpos, de militares e civis". "Ouvimos sons de armas de fogo nos quatro cantos da cidade. Armas pesadas que fizeram nossas casas tremer", contou outro morador.

"Vimos também fumaça saindo para os lados da prefeitura", acrescentou. Três soldados nigerianos feridos foram levado ao hospital de Diffa, a 100 km de Bosso, onde o exército chadiano está posicionado desade segunda-feira.

Uma fonte humanitária informou à AFP que o exército chadiano e o nigerino conseguiram repelir os combatentes do Boko Haram até a Nigéria. Este é o primeiro ataque de envergadura do Boko Haram em território nigerino.

Bosso, localizada ao noroeste do Lago Chade, e Diffa estão separadas da Nigéria apenas por um rio, o Komadougou Yobé. A insurgência sangrenta do Boko Haram, que controla grandes áreas do nordeste da Nigéria, onde já deixou ao menos 13.000 mortos desde 2009, aumentou a uma escala regional.

O Boko Haram assumiu o controle de várias cidades ao longo da fronteira nordeste da Nigéria, multiplicando seus ataques em países vizinhos e se aventurando em especial nos Camarões. Desde o início de janeiro, o grupo cometeu massacres e destruição em massa, atos qualificados como "crimes contra a humanidade" pela comunidade internacional. Agora, o Niger deve se juntar a Camarões e Chade na mobilização contra os extremistas.

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