Agência France-Presse
postado em 09/02/2015 08:25
O governo japonês confirmou nesta segunda-feira que confiscou o passaporte de um repórter fotográfico que planejava uma viagem à Síria, em consequência do risco que a região representa depois do sequestro e decapitação de dois reféns japoneses pelo grupo Estado Islâmico (EI)."Devemos respeitar a liberdade dos cidadãos, este é o primeiro dever do Estado, mas também tem como papel essencial garantir a segurança", afirmou o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, à imprensa.
A decisão é baseada em uma lei que permite às autoridades reter o passaporte de uma pessoa para impedir uma viagem que coloque em perigo sua vida ou seus bens. "Atuamos com a máxima prudência, mas esta é uma situação extremamente perigosa", completou.
A decisão de retirar o passaporte de Yuichi Sugimoto, fotógrafo independente de 58 anos, foi motivada pelo fato do Estado Islâmico ter "ameaçado seguir tomando e executando reféns", insistiu Suga.
"Um funcionário do departamento de passaportes do ministério das Relações Exteriores veio e levou o meu", afirmou Sugimoto no fim de semana. O fotógrafo planejava entrar na Síria em 27 de fevereiro para fazer reportagens sobre a vida dos refugiados.
Sugimoto, que trabalhou durante anos em zonas de conflito no Iraque e na Síria, afirmou que não pretendia entrar em zonas controladas pelo EI, segundo a agência Kyodo News. "O que acontece com minha liberdade para viajar e a liberdade de imprensa?", questionou o fotógrafo.