Agência France-Presse
postado em 09/02/2015 09:31
Militares mexicanos localizaram 10 pessoas que denunciaram ter sido sequestradas em Cocula, o município no qual supostamente foram assassinados e queimados em setembro passado os 43 estudantes da escola rural de Ayotzinapa, informou no domingo o governo mexicano.Ao fazer um reconhecimento nas imediações do Cerro de la Campana, localizado no município de Cocula, Guerrero (sul), efetivos militares "localizaram 10 pessoas que disseram ter sido sequestradas", disse o governo em um comunicado.
Juan Zúñiga, representante da mineradora Media Luna, filial da canadense Torex Gold Resources, denunciou no sábado que entre 10 e 15 pessoas haviam sido sequestradas na sexta-feira em uma estrada próxima à comunidade de Nuevo Balsas, em Cocula, e onde se encontra a mina de ouro que esta companhia opera. O governo disse desconhecer se havia trabalhadores da mina entre os sequestrados.
Após esta denúncia de Zúñiga aos meios de comunicação, integrantes do exército iniciaram investigações entre a população deste pequeno município rural de 4.000 habitantes.
Durante a busca, os militares encontraram primeiro "sete pessoas que disseram estar fugindo de seus captores, uma vez que haviam sido sequestradas", afirma o comunicado. Estas sete pessoas apresentavam escoriações, crises nervosas e desidratação.
Mais tarde os soldados "localizaram outras cinco pessoas em condições similares às anteriores" e, por último, durante a tarde encontraram um homem, com ferimentos de arma de fogo em um braço e em uma perna, que também disse ter sido sequestrado.
Depois que as 13 pessoas que denunciaram ter sido sequestradas foram reunidas, algumas acusaram três dos homens que estavam entre elas de serem os responsáveis por privá-las de liberdade, indicou o comunicado.
Cocula é o local para onde supostamente foram levados os 43 estudantes de Ayotzinapa, brutalmente atacados por policiais municipais no município de Iguala em 26 de setembro.
De acordo com a investigação do Ministério Público, os jovens estudantes teriam sido levados por integrantes do cartel de Guerreros Unidos ao lixão municipal de Cocula, onde teriam sido assassinados e queimados.