Agência France-Presse
postado em 10/02/2015 13:41
A justiça argentina começou a investigar nesta terça-feira a descoberta de DNA de outra pessoa no local da morte de Alberto Nisman, o promotor que acusou o Irã por um atentado antissemita e a presidente Cristina Kirchner de acobertar a questão."Ainda não sabemos a quem corresponde o perfil genético distinto ao de Nisman", disse a juíza Fabiana Palmaghini, segundo o Centro de Informação Judicial (CIJ).
Nisman tinha 51 anos quando foi encontrado morto em circunstâncias ainda não esclarecidas em 18 de janeiro no banheiro de seu apartamento com um tiro na cabeça e uma pistola calibre 22 na mão direita, que havia solicitado a um colaborador, Diego Lagomarsino.
Quatro dias antes, o promotor havia acusado Kirchner de acobertar ex-governantes iranianos, incluindo o ex-presidente Ali Rafsanjani, de organizar o ataque de 1994 contra a mutual judaica AMIA que deixou 85 mortos e 300 feridos.
O DNA poderia pertencer a policiais, funcionários judiciais, parentes que entraram no apartamento, a Lagomarsino, que o visitou na véspera da morte para levar a arma, segundo os investigadores.
A promotora Viviana Fein afirmou no início da investigação que o caso poderia ser um homicídio, suicídio ou suicídio induzido. Lagomarsino, demitido da promotoria, é o único indiciado no caso, pelo crime de entregar uma arma a quem não tinha permissão de uso.
O governo alega que Lagomarsino é um agente de Antonio ;Jaime; Stiuso, poderoso ex-diretor do serviço de inteligência destituído em dezembro.
A oposição afirma que Nisman é uma vítima do governo, Cristina Kirchner diz que é um complô para desacreditá-la, enquanto 70% de argentinos pensam que o crime nunca será esclarecido.
Um grupo de promotores convocou para a quarta-feira 18 de fevereiro, data em que a morte completa um mês, um protesto silencioso. Os principais candidatos à presidência da oposição de direita e social-democrata manifestaram apoio à manifestação.
A Argentina terá eleições nacionais em outubro. Em 2005, Nisman, com o apoio do então presidente Néstor Kirchner (2003-2007), acusou os iranianos de envolvimento no atentado de Buenos Aires.