Agência France-Presse
postado em 10/02/2015 19:33
Os ministros da Economia do G20 Financeiro mostraram consenso nesta terça-feira sobre a necessidade de apoiar o crescimento e a luta antiterrorista, no âmbito do financiamento. A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que também estava presente na reunião, destacou em um comunicado que "o tempo corre frente ao risco de fraco crescimento e forte desemprego enfrentado por muitos países".O G20 se comprometeu a atuar "com determinação" contra esses riscos nas frentes monetária e orçamentária, segundo o comunicado final da reunião. Mas, por trás dessa "determinação", as vozes não são unânimes. Assim, o secretário do Tesouro americano, Jack Lew, disse à imprensa que, na Europa, "alguns países têm uma margem de manobra orçamentária" e que "devem utilizá-la para aumentar a demanda".
Leia mais notícias em Mundo
Essa parece ter sido uma mensagem dirigida diretamente à Alemanha, que acaba de registrar um recorde no setor de exportação, mas que busca equilibrar seu orçamento. Sobre a queda dos preços do petróleo, o G20, que reúne países consumidores e produtores preocupados ressaltou o impacto positivo para a economia global. "O impacto parece positivo na economia mundial, mas há diferenças significativas de uma região para outra", lembrou o vice-primeiro-ministro turco, Ali Babacan, cujo país preside este ano o grupo, até a reunião de cúpula prevista para novembro.
Grécia, como pano de fundo
Os membros do G20 também se comprometeram em reforçar a cooperação na luta contra o terrorismo.
O ministro francês da Economia, Michel Sapin, evocou a "necessidade de serem muito mais eficazes e coordenados" para fiscalizar "pequenos movimentos em dinheiro, que permitem aos terroristas executar suas atividades destrutivas".
Os participantes na reunião mostraram sua "profunda decepção" em relação à resistência dos Estados Unidos com uma profunda reforma do Fundo Monetário Internacional e concordaram em manter os esforços na luta contra a fraude e a sonegação fiscal.
A reunião de Istambul também abordou a situação na Grécia, mas não se chegou a um consenso.
O ministro da Economia britânico, George Osborne, um dos mais alarmistas, expressou sua preocupação sobre os crescentes riscos de uma "saída ruim" para a crise, o que gerou reação do comissário europeu de Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici.
"De vez em quando, a solidariedade de fora da zona do euro para a zona euro não seria ruim", disse à AFP Moscovici.
Embora o Reino Unido seja membro da União Europeia, não integra a zona do euro e por isso não participa das reuniões dos 19 países que utilizam a moeda única.
O primeiro-ministro grego de Alexis Tsipras quer abandonar as políticas de austeridade e os acordos alcançados pelo governo anterior com os credores do país, e pede ajuda financeira enquanto prepara um novo programa de reformas e de redução da dívida.
Na falta de um acordo, a Grécia, que já não tem acesso aos mercados de capitais, pode se ver sem financiamento no fim de fevereiro, já que Bruxelas e Berlim não querem abandonar os acordos anteriores.
"Não estamos negociando um novo programa. Já temos um programa", declarou o ministro da Economia alemão, Wolfgang Sch;uble, para quem os acordos de 2010 e 2012 continuam vigentes.
"Tem razão", assegurou pouco depois Moscovici, que também defendeu a negociação baseada no programa vigente.