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Ex-comandante do Costa Concordia espera veredicto em lágrimas

Schettino é acusado de homicídio pelo naufrágio do navio em 2012

Agência France-Presse
postado em 11/02/2015 15:55
A justiça italiana deverá se pronunciar entre quarta e quinta-feira (11 e 12/02) sobre a condenação contra o controverso ex-capitão Francesco Schettino, pelo naufrágio em 2012 do Costa Concordia que causou a morte de 32 pessoas.

"Nos últimos três anos vivi uma perseguição midiática de uma violência inusitada. É como se eu tivesse pago 30 anos de reclusão", declarou o ex-comandante do cruzeiro de luxo diante da corte de Grosseto (centro da Itália) com a voz entrecortada e chorando.

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Acusado de homicídio, pelo qual a promotoria pediu uma condenação exemplar de 26 anos de prisão, Schettino, de 54 anos, chamado pela imprensa de "capitão covarde", lamentou ser o "único culpado" da tragédia. O ex-comandante é o único que comparece no banco dos acusados, pois as outras cinco pessoas culpadas - o diretor da unidade de crise do Costa Cruzeiros, Robert Ferrarini, o marinheiro indonésio, Jacob Rusli Bin, e outros três tripulantes - negociaram a pena.

"Me atribuem toda a culpa", se queixou. Schettino sustenta que o poderoso grupo americano Carnival, dono do Concordia, decidiu apenas três dias depois do naufrágio oferecer sua cabeça, com a ideia de salvaguardar seus interesses econômicos. A companhia foi condenada em abril de 2013 a pagar uma multa de um milhão de euros a cabo de uma negociação durante a qual reconheceu sua responsabilidade administrativa, o que evitou um julgamento penal.

O ex-capitão sustenta também que foi oferecida à imprensa mundial uma imagem de sua pessoa que não corresponde à realidade. "Me acusaram de falta de sensibilidade com as vítimas dizendo que eu não pedi perdão publicamente. Não é verdade que eu não assumi minha responsabilidade", falou novamente com os olhos cheios d;água.

O controverso ex-comandante, no comando de uma embarcação de 114.500 toneladas com 4.229 pessoas a bordo, reconheceu durante o julgamento que o naufrágio ocorreu por sua intenção de passar perto da ilha de Giglio, na Toscana, uma manobra arriscada que provocou o choque do barco contra os arrecifes.

O processo começou oficialmente em julho de 2013, na sala do Teatro Moderno de Grosseto, para caber as testemunhas e as vítimas. Cerca de 400 testemunhas foram convocadas, entre eles uma bailarina moldava que se encontrava na ponte de comando com Schettino.

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