Agência France-Presse
postado em 12/02/2015 19:33
Estudantes opositores se manifestaram nesta quinta-feira em Caracas e outras cidades da Venezuela sem que fossem reportados incidentes graves, um ano depois do início dos sangrentos protestos na capital contra o governo de Nicolás Maduro.Em San Cristóbal (Táchira, oeste), berço dos protestos que entre fevereiro e junho de 2014 foram registrados 43 mortos e centenas de feridos, uma manifestação de estudantes que se dirigia à sede da Defensoria do Povo terminou em confrontos com as forças de segurança, eu usaram gases lacrimogênios para dispersá-los.
Segundo as autoridades, os distúrbios deixaram um ferido sem gravidade por uma pedra na cabeça. A imprensa local noticia, contudo, outros feridos sem gravidade e vários detidos.
No centro de Caracas, cerca de 200 estudantes opositores tentaram marchar desde a praça Las Tres Gracias até a igreja San Pedro, ambos pontos adjacentes à Universidade Central da Venezuela, mas forças anti-protestos impediram que chegassem ao destino desejado, por isso se concentraram no campus.
Outras centenas de estudantes se mobilizaram com lemas contra Maduro pelo leste da cidade durante a tarde, debaixo de chuva e levando imagens das vítimas dos protestos do ano passado.
O governo ordenou fechar cinco estações do metrô, que coincidem com as rotas percorridas nas manifestações antigovernamentais.
Centenas de simpatizantes do governo também marcharam pelo centro de Caracas para comemorar o dia da juventude.
Se esperava para o encerramento da atividade oficial um discurso do presidente Maduro, que foi suspenso como consequência da chuva.
A raiz dos protestos de 2014 contra a insegurança, o enfraquecimento da economia (a inflação chegou em 2014 a 64%) e a escassez de produtos básicos, foi a prisão do líder do partido Vontade Popular Leopoldo López.
No próximo 18 de fevereiro completa um ano desde que López, acusado de incentivar a violência nos protestos, se entregou à justiça em uma grande manifestação. Seu julgamento segue em processo.
Daniel Caballos, que era prefeito de San Cristóbal (oeste), berço dos protestos, e que foi detido e destituído de seu cargo acusado de rebelião e conspiração, também continua sob processo judicial.
Aqueles confrontos deixaram centenas de feridos, a maioria com lesões leves, como golpes, feridas ou intoxicações por gases, e 1.500 pessoas submetidas a processos judiciais ou medidas cautelosas.
Segundo a Defensoria do Povo, apenas 51 pessoas continuavam detidas até meados de janeiro.