postado em 12/02/2015 21:57
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - que juntos formam o acrônimo Brics - ratificaram hoje (12), em Brasília, uma agenda de trabalho para a cooperação sobre questões populacionais até 2020. De acordo com representantes dos governos dos cinco países, além de problemas populacionais comuns, eles também têm ;bolsões de excelência; que podem ser úteis para resolver, de forma mais eficiente, algumas questões já superadas por nações do grupo.[SAIBAMAIS]Os maiores desafios estão em temas como mortalidade materna, aids e doenças sexualmente transmissíveis, migração rural-urbana e urbanização, envelhecimento e diferenças de gênero no mercado de trabalho. ;Todos temos grandes desafios populacionais pela frente, e para vencê-los vamos precisar de políticas inovadoras e melhorar a qualidade das políticas que já temos;, afirmou o subsecretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros.
Segundo Barros, que também preside a Comissão Nacional de População e Desenvolvimento - órgão responsável por provocar ações ligados ao tema, por parte dos vários ministérios do governo -, o seminário de uma semana, envolvendo servidores públicos dos países-membros do Brics, e o encontro de ministros da área, na tarde de hoje, são o ponto máximo de discussões, visitas e intercâmbio, que serão cada vez mais constantes.
Paes Barros disse que o Brasil tem muito o que ensinar, e também aprender com seus parceiros do Brics. Na área de tratamento de aids, ressaltou que o país pode auxiliar muito a África do Sul, onde 20% da população adulta padece da doença. Quanto ao processo de migração do campo para a cidade, o país já passou por etapas que China e Índia vivem atualmente, e pode compartilhar experiências. ;Já na mortalidade materna, temos mais a aprender do que a ensinar, pois o país não vai cumprir a meta do milênio;, explicou. Já sobre o envelhecimento da população, ele salientou que todos buscam formas de melhor tratar a questão.
;Temos ampla gama de problemas que afetam nossas populações, como envelhecimento e ondas migratórias. Nosso trabalho deve buscar objetivos mútuos;, destacou o vice-ministro do Trabalho e de Proteção Social da Rússia, Sergey Velmyaykin, adiantando que o próximo seminário será em Moscou, uma vez que seu país assumirá, este ano, a presidência pró tempore do Brics.
O secretário do Ministério da Saúde e Planejamento Familiar da Índia disse que há várias áreas, como a de sua pasta, nas quais deve haver intercâmbio. Ele também destacou que em seu país apenas 30% da população vive na área urbana, e a perspectiva é que chegue a cerca de 90% nos próximos 70 anos, algo que já ocorreu no Brasil e pode ser estudado pela Índia. ;Essa agenda de cooperação nos empoderá para avançarmos ainda mais;, adiantou.
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O vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde, Família e Planejamento da China, Wang Peilna, destacou a questão do envelhecimento nos países. ;Temos 200 milhões de pessoas acima de 65 anos, e precisamos oferecer melhor qualidade de vida a elas;, disse.
Por fim, o conselheiro do Ministério do Desenvolvimento Social da África do Sul, Sipho Snezi, disse que qualquer estratégia que o grupo queira adotar deve ter os direitos humanos como princípio central, e ressaltou a importância da cooperação. ;Não discutimos apenas problemas. Também identificamos bolsões de excelência em diversas áreas, e vamos continuar trabalhando;, enfatizou.