Agência France-Presse
postado em 13/02/2015 22:16
Dacar - O ex-presidente chadiano Hissene Habré, que está em prisão preventiva no Senegal, onde se refugiou após ser afastado do poder em 1990, será julgado por um tribunal especial por "crime contra a humanidade, crime de guerra e crime de tortura" - anunciou essa corte nesta sexta-feira.O tribunal especial, criado por Senegal e União Africana para julgar Habré, "emitiu neste 13 de fevereiro de 2015 um mandato para enviar o acusado a uma corte penal especial com o objetivo de julgá-lo por crime contra a humanidade, crimes de guerra e crime de tortura", de acordo com uma nota divulgada hoje. A data do julgamento ainda não foi divulgada.
Nascido em 1942, Habré dirigiu o Chade entre 1982 e 1990, ano em que foi derrubado pelo atual chefe de Estado, Idriss Deby Itno. Ele fugiu para o Senegal, onde se beneficiou da indulgência das autoridades de Dacar por mais de 20 anos, em particular do regime de Abdoulaye Wade(2000-2012). Foi detido em 2013. A eleição do novo presidente senegalês, Macky Sall, em março de 2012, facilitou a prisão de Hadré.
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Segundo a ONG Human Right Watch (HRW), o ex-presidente chadiano é acusado de estar por trás de milhares de assassinatos com motivação política e do uso sistemático da tortura por parte das forças de seu regime.Sua detenção foi comemorada pelos advogados de suas supostas vítimas.
"Depois de aguentarem tanto sofrimento, as vítimas de Habré se aproximam cada vez mais da Justiça, pela qual lutam há tantos anos", comentou Jacqueline Moudeina, advogada principal da equipe que assessora as vítimas e presidente da Associação Chadiana para a Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, citada pela HRW.