Agência France-Presse
postado em 14/02/2015 14:09
O novo governo grego quer fechar os centros de internamento de estrangeiros na Grécia - informou neste sábado ministro, após o suicídio de um imigrante paquistanês. "Vim aqui para expressar minha vergonha. Estamos fartos dos centros de internamento", anunciou Yannis Panoussis, ministro de Proteção Cidadã, após ter visitado o centro de Amygdaleza, nos arredores de Atenas, onde se suicidou o jovem.
O paquistanês entrou na Grécia pela ilha de Creta (sul) em dezembro, e foi transferido para Amygdaleza algumas horas antes de sua morte.
"Vamos fazer o que dissemos antes das eleições, e que o dissemos ante ao Parlamento", declarou o ministro. O Syriza já havia manifestado sua intenção de transformar esses estabelecimentos em centros de acolhida.
Cerca de 50 pessoas protestaram em frente ao centro durante a visita do ministro. Do outro lado da grade, manifestantes mostravam cartazes com inscrições em inglês que diziam "Liberdade. Aqui se morre".
A decisão vai de encontro às ideias do partido nacionalista Gregos Independentes, aliado do Syriza no governo, que defende um controle mais firme da imigração. E as associações de defesa de direitos humanos temem que o governo não possa cumprir o prometido por culpa dos deputados da formação direitista.
O centro de Amygdaleza vem sendo alvo de críticas há algum tempo. Foi construído para receber cerca de 1.000 pessoas, mas abriga quase o dobro.
A Grécia é uma das maiores portas de entrada da Europa, em especial para os imigrantes procedentes do Afeganistão e da Síria. Atenas já pediu em várias ocasiões uma revisão do regulamento de Dublin, que prevê que o primeiro país onde chega um imigrante na Europa seja responsável por examinar seu pedido de asilo.